Fisioterapeuta e terapeuta ocupacional atuam de mãos dadas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/10/2014 às 16:30

Regulamentadas no Brasil em 1969, sob o mesmo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, a fisioterapia e a terapia ocupacional são consideradas profissões-irmãs e estão sob a regulamentação da mesma autarquia, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito). Com a missão de oferecer mais autonomia e qualidade de vida aos pacientes, essas duas profissões (cujo dia nacional é celebrado hoje) são cada vez mais necessárias no dia a dia da população brasileira, especialmente devido ao aumento no número de idosos, ao crescimento expressivo na quantidade de acidentes de trabalho e aos acidentes de trânsito que envolvem motos e bicicletas.

Hospitais, ambulatórios, consultórios particulares, centros de recuperação biopsicossocial, projetos sociais, sistemas prisionais, instituições de ensino, creches e empresas são alguns dos ambientes de atuação dos profissionais de ambas especialidades. Atualmente, existem em Pernambuco cerca de 4,7 mil fisioterapeutas e 500 terapeutas ocupacionais registrados no Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Crefito-1). Também estão registrados no conselho 375 consultórios e 555 registros de empresas que possuem atuação das duas profissões.

O fisioterapeuta avalia, previne e trata os distúrbios do movimento humano, sejam decorrentes de alterações de órgãos e sistemas ou com repercussões psíquicas e orgânicas. Sua atuação, contudo, vem sendo cada vez mais constantes nos problemas modernos do dia a dia, como o atendimento a acidentados de motos, um número que representa 30,6% dos casos de acidentes terrestres. O fisioterapeuta é um profissional essencial no atendimento a esse paciente, pois trata o trauma físico e devolve a função ao membro ou aos membros atingidos.

Após essa recuperação do movimento, é a vez de o terapeuta ocupacional atuar para a readequação desses movimentos nos membros sequelados ou a para adaptação de novos movimentos através da utilização de membros substitutos, órteses e próteses. Esse trabalho com o paciente permite a reintegração à sociedade, tornando-o novamente um indivíduo atuante no mercado de trabalho, por exemplo. Além disso, a terapia ocupacional pode oferecer às pessoas da terceira idade alternativas para ultrapassar algumas barreiras, principalmente através do desenvolvimento de tecnologias que auxiliem nas atividades da vida diária.

O terapeuta ocupacional também faz uso de tecnologias e atividades diversas, com o intuito de promover a autonomia de indivíduos de várias idades, mas que possuem dificuldades para integrar-se à vida social, em razão de problemas físicos, mentais ou emocionais. É um profissional que também ajuda o paciente a desenvolver autoconfiança.Existe também a orientação das duas profissões para prevenção de quedas, como no trabalho na adaptação de casas, quando são analisadas as dificuldades do morador e propostas sugestões que tornem a residência mais adequada.

"O trabalho em equipe do terapeuta ocupacional e do fisioterapeuta, resulta num melhor funcionamento das atividades do dia a dia do paciente. O fisioterapeuta trabalha os componentes de desempenho envolvidos em cada atividade, e os terapeutas ocupacionais atuam na função propriamente dita", explica a terapeuta ocupacional Adriana Paiva, da clínica Reabilito, parceira do Instituto de medicina do idoso (Imedi), no Recife.

A busca por melhores salários, por um ambiente de trabalho mais agradável e pela valorização profissional é a missão do Sindicato dos Fisioterapeutas e dos Terapeutas Ocupacionais de Pernambuco (Sinfito/PE), entidade que representa a categoria em Pernambuco. “Apesar dos avanços durante anos de luta, ainda há muito o que se conquistar porque as profissões ainda são jovens, com seus 45 anos, diante de outras da área de saúde”, diz o presidente do Sinfito/PE, Flávio Maciel.