Biossensor detecta câncer de mama em fase inicial, antes dos exames de imagens

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 11/10/2014 às 21:09

Nesta temporada do Outubro Rosa, vale chamar atenção para uma estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca): só neste ano, cerca de 57 mil brasileiras devem ser surpreendidas com o diagnóstico de câncer da mama, cuja detecção precoce é fundamental para o controle e o tratamento eficaz da doença. Nesse contexto, a tecnologia pode ser uma aliada na identificação inicial e revolucionar a terapêutica contra o tumor.

Um grupo de pesquisa, formado por profissionais do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami da Universidade Federal de Pernambuco (Lika/UFPE) e do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar), desenvolve um biossensor para diagnóstico do câncer de mama.

O projeto associa as competências tecnológicas em robótica do Cesar com a experiência no campo de biologia sintética do Lika, ao oferecer um sistema capaz de tratar e preparar pequenas amostras de sangue de forma automatizada. Trata-se de um dispositivo que gera um sinal mensurável e identifica um marcador ativo do câncer, que seria imperceptível através de métodos usuais, como a mamografia.

Os testes com o biossensor serão iniciados, ainda neste mês, no Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga, no Recife. De acordo com Deborah Zanforlin, doutoranda do Lika e coordenadora do projeto, o laboratório já trabalhava com essa tecnologia há 15 anos, mas essa é a primeira vez que se desenvolve um trabalho que terá aplicações diretas para a sociedade.

Os testes com o biossensor serão iniciados, ainda neste mês, no Hospital Barão de Lucena, no bairro da Iputinga, no Recife. De acordo com Deborah Zanforlin, doutoranda do Lika e coordenadora do projeto, o laboratório já trabalhava com essa tecnologia há 15 anos, mas essa é a primeira vez que se desenvolve um trabalho que terá aplicações diretas para a sociedade.

O resultado é a diminuição do tempo de análise de amostras de pacientes, que atualmente leva de 4h a 6h, para menos de 30 minutos. Dessa maneira, acredita-se que essa tecnologia diminuirá os índices de falso-negativo que os métodos tradicionais ainda podem gerar. Mais informações sobre o biossensor: www.biossensores.org.

COMPETIÇÃO

O projeto inovador será levado, no fim deste mês, ao iGEM Competition 2014, uma competição mundial criada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para promover a evolução da biologia sintética internacionalmente. O evento será realizado em Boston (EUA) e reunirá mais de três mil participantes, em cinco dias de palestras e apresentações de projetos.

Para o professor José Luiz de Lima, diretor do Lika e um dos tutores da pesquisa, a participação na competição internacional coroa todo o processo. “Como membro da UFPE, eu me sinto fazendo parte de uma universidade real, com uma pesquisa a nível internacional que tem um produto que pode salvar a vida das pessoas”, finaliza o professor.