Maioria dos países não possui programa implementado para tratar hepatites

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/07/2013 às 19:30

Todo o planeta se volta hoje (27/8) para a 6ª edição do Dia Mundial Contra a Hepatite (World Hepatitis Day), que tem como objetivos aumentar a conscientização sobre as hepatites crônicas e impulsionar a mudança das políticas para melhorias nos resultados da saúde para os pacientes.

A Aliança Mundial Contra a Hepatite (World Hepatitis Alliance) aproveita a data e pede que atenção urgente seja dada aos números recentes que mostram que, apesar de a hepatite viral matar tantas pessoas quanto o HIV/aids, a maioria dos países não possui nenhum programa implementado para tratar a doença.

O Relatório Global, lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na semana passada, mostra o quanto a hepatite viral é ignorada. Somente 37% dos países possuem uma estratégia ou plano nacional para a hepatite viral e menos de 30% reportaram ter um departamento responsável unicamente por atividades relacionadas com a hepatite viral.

O estudo Carga Global da Doença, publicado recentemente na revista Lancet, revela que a hepatite viral foi responsável por quase 1,45 milhão de mortes em 2010, o mesmo que o HIV/aids e significativamente mais do que a tuberculose ou a malária. Apesar da enorme mortalidade anual, os líderes da saúde global regularmente deixam a enfermidade fora de suas agendas.

"A hepatite viral é a oitava principal causa de morte em todo o mundo e mata tantas pessoas quanto o HIV/aids", disse o presidente da Aliança Mundial Contra a Hepatite, Charles Gore. "Cerca de 500 milhões de pessoas convivem com a doença. Diante desse número, como é possível que a hepatite viral receba tão pouca prioridade em todo o mundo?", indaga.

SAIBA MAIS

Cerca de 500 milhões de pessoas convivem com a hepatite viral crônica. As hepatites B e C são vírus silenciosos porque as pessoas podem não apresentar nenhum sintoma por muito tempo após infectadas. Se deixadas sem tratamento e sem controle, as hepatites B e C podem causar cicatrização avançada do fígado (cirrose), câncer hepático ou insuficiência hepática.