Amamentar na primeira hora de vida pode reduzir uso de chupeta ao longo da infância

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/07/2013 às 0:53

A prática de mamar na primeira hora de vida está fortemente associada à redução do uso de chupeta e mamadeira ao longo da infância. É o que revela estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).

O estudo ainda mostrou que, entre os outros fatores que influenciam o menor uso dos chamados bicos artificiais, estão nascer em Hospital Amigo da Criança e ser acompanhado pela rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

A investigação da fonoaudióloga Gabriela Buccini explorou determinantes do uso de chupeta e mamadeira em crianças menores de 1 ano nas capitais brasileiras e no Distrito Federal. “Analisamos os fatores individuais, dos bebês e das mães, e também os fatores socioeconômicos e da característica dos serviços de saúde”, diz Gabriela.

Foram analisados se os tipos de serviços, público ou privado, influenciariam ou não o uso de chupeta e mamadeira. A pesquisadora ressalta que o estudo se voltou para o uso desses utensílios devido às consequências que essa prática traz para a saúde da criança, causando problemas como respiração bucal, alteração da linguagem, redução no tempo de aleitamento materno e otite (inflamações no ouvido), que impactam de forma negativa a qualidade de vida da criança.

Para o estudo dela, foram coletadas informações de um estudo epidemiológico transversal que utilizou o banco de dados da 2ª Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais e no Distrito Federal (PPAM), realizada em 2008 pelo Ministério da Saúde.

Ao todo, 34.366 crianças menores de 1 ano participaram do levantamento. A pesquisadora apontou que esse estudo é o primeiro a investigar os determinantes do uso de bicos artificiais em uma amostra representativa de crianças residentes nas capitais brasileiras.