Educação alimentar evita desperdício de comida, diz nutricionista do Sesi Cozinha Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 11/01/2013 às 0:49

Condições inadequadas de armazenamento e adoção de prazos de validade demasiadamente rigorosos são as principais causas do desperdício de alimentos. É o que mostra o relatório Global Food; Waste not, Want not (Alimentos Globais; Não Desperdice, Não Queira, em tradução livre), publicado pela Institution of Mechanical Engineers, uma organização que representa engenheiros mecânicos e reúne 100 mil membros no Reino Unido.

O documento revela que metade de toda a comida produzida a cada ano no mundo (cerca de dois bilhões de toneladas) vai parar no lixo. Mais preocupante é que a perda de alimentos também envolve desperdício de recursos usados para a produção deles, como água e áreas para agricultura e energia, segundo o relatório.

Para a nutricionista Vera Thomas, do Programa Sesi Cozinha Brasil, a solução está na educação alimentar. “É um direito humano ter uma alimentação adequada, mas falta informação. Muitos produtos que vão para o lixo, como cascas, talos e sementes, são fonte de nutrientes e podem ser reaproveitados em novas receitas”, diz.

Como práticas que devem ser adotadas no dia a dia, a nutricionista incentiva a compra da quantidade de alimentos adequada ao número de pessoas na família, a escolha por frutas e verduras da época e produzidas na região e a armazenagem adequada após a utilização do produto.

"No Programa Sesi Cozinha Brasil, os participantes aprendem a se alimentar melhor, gastando menos, e ainda encontram a oportunidade de melhoria na renda familiar. Muitas famílias utilizam os conhecimentos adquiridos para começar o próprio negócio nas suas comunidades, comercializando alimentos e refeições", informa Vera.

Em 2008, esse trabalho do Sesi capacitou mais de 2 mil merendeiras do Estado. Já em 2012, a tecnologia social do Cozinha Brasil habilitou quase 700 mães do Programa Mãe Coruja, desenvolvido pelo Governo de Pernambuco, com o objetivo de garantir uma boa gestação e um bom período posterior ao parto às mulheres. Às crianças, garante o direito a um nascimento e desenvolvimento saudável.

Atualmente, a técnica do Cozinha Brasil está sendo exportada para países como El Salvador e, em março, vai para Honduras.