Uso indiscriminado de colírios pode ser ofensivo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/10/2012 às 1:11

Basta o olho irritar algum tanto para recorremos imediatamente a colírios. A questão é que devemos usá-los com muita cautela, especialmente durante o verão, quando aumenta a ida às praias e às piscinas, o que gera irritações oculares e consequentemente automedicação.

Poluição, vento, ar seco e excesso de exposição ao ar-condicionado também podem causar irritação e sintomas como vermelhidão. Nesses casos, o uso de colírios (como os lubrificantes) podem ser indicados. É preciso, entretanto, que essa recomendação parta de um oftalmologista.

Afinal, o mau uso dessas substâncias pode provocar desconfortos e doenças graves. Até mesmo o tratamento da conjuntivite contempla vários tipos de colírios (antialérgico, antibiótico, antiinflamatório ou lágrima artificial). Somente um oftalmologista pode recomendar o específico para cada caso.

Segundo o oftalmologista Lúcio Maranhão, do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), as consequências do uso incorreto incluem lesões da superfície ocular. “Além disso, no caso dos colírios indicados para reduzir a vermelhidão, pingar o produto sem o acompanhamento devido só vai mascarar o verdadeiro motivo que causou o problema", alerta.

O médico também avisa que os colírios vasoconstrutores e adstringentes podem provocar o chamado efeito rebote. "Eles fecham os vasos sanguíneos, que estavam dilatados. Passado o efeito, eles se dilatam ainda mais", explica.

Até mesmo o colírio lubrificante, ou lágrima artificial, contém conservantes que podem, embora com risco reduzido, provocar uma conjuntivite alérgica. "Por isso, reforço a informação: mesmo um colírio lubrificante precisa ser indicado pelo médico", conclui Lúcio Maranhão.