Especialistas se reúnem em Salvador para debater importância da imunização

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/08/2012 às 0:08

A erradicação da varíola, em 1980, foi uma imensa conquista da saúde pública mundial. O fenômeno foi tão animador que estimulou uma porção de ações voltadas para a importância da vacinação, como os Programas Nacionais de Imunizações no Brasil e em outros países, o Programa Ampliado de Imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a meta de erradicação global da poliomielite.

Nos últimos 30 anos, percebe-se que os avanços foram inúmeros, mas ainda é preciso caminhar para que metas sejam alcançadas. É necessário, por exemplo, trabalhar com a população a ideia de que as vacinas são procedimentos que possibilitam maior impacto na redução de doenças e mortes, em todas as faixas etárias.

Dessa maneira,  portanto, ela deve ser vista como ferramenta vital em saúde pública. Esse é um dos recados que serão transmitidos durante a 14ª Jornada Nacional de Imunizações da SBIm, que começa hoje em Salvador e vai até o próximo sábado.

O evento, promovido pela Associação Brasileira de Imunizações (SBIm), tem como tema central Indivíduo imunizado, coletividade protegida.

Assim, o objetivo do encontro é reforçar que os benefícios da vacina vão além da faixa etária estabelecida para receber a imunização. "É o que chamamos de proteção rebanho, fenômeno caracterizado pelo fata extensão da vacinação. Crianças e jovens, ao adquirirem imunidade, evitam que a doença se dissemine para outras faixas etárias ou para a comunidade", diz a médica Isabella Ballalai, membro da diretoria da SBIm.

Ela chama atenção para o fato de o adulto não ter o hábito de se vacinar. "A falta de reforço da vacinação dessa faixa etária tem feito, por sinal, os casos de coqueluche voltarem a ameaçar a saúde das crianças", alerta a especialista. Como a imunidade contra a enfermidade não dura mais que dez anos, é importante que os adultos que convivem com os bebês tenham a carteira de vacinação em dia.

Além disso, Isabella ressalta que, embora nenhum produto imunizante seja 100% eficaz, a vacinação é capaz de salvar vidas. "Em geral, as vacinas oferecem uma proteção de 95%, o que é importantíssimo para evitar doenças que pode ser fatais." É por isso que a adesão da população às campanhas de vacinação não pode diminuir. É fundamental a sociedade continuar a abraçar ações que têm como objetivo mandar para bem longe as doenças imunopreveníveis.