Síndrome de Down: pesquisa sugere referencial para curva de crescimento

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 26/06/2012 às 12:18

Crianças e adolescentes com síndrome de Down, alteração genética que acomete cerca de 300 mil brasileiros, têm um crescimento menor em relação aos que não têm esse distúrbio.

É o que mostra a pesquisa Crescimento da pessoa com síndrome de Down: contribuição para a construção de um referencial, da educadora física Fábia Freire da Silva.

O estudo, fruto da dissertação de mestrado da especialista e desenvolvido na Faculdade de Educação Física (FEF) da Universidade de Campinas (Unicamp), avaliou 285 pessoas com Down entre 7 e 15 anos.

A contribuição do levantamento foi ter proposto um referencial para a construção de uma curva de crescimento que, na amostra pesquisada, ficou em 1,40 m para meninas e 1,50 m para meninos. Na população sem síndrome, a estatura em geral para as meninas é de 1,61 m; para os meninos, de 1,69 m.

Ao longo da pesquisa, orientada pelo docente da FEF José Irineu Gorla, a educadora física confirmou o que dizia o senso comum a respeito do crescimento das crianças com a síndrome de Down: de fato, elas têm uma estrutura menor.

A investigação foi conduzida na cidade de São Paulo e no interior paulista, em municípios como Campinas, Limeira, Valinhos, Vinhedo e Atibaia. Segundo Fábia, a pesquisa serve como referência nacional, já que são raros os estudos no País para um padrão da síndrome de Down nessa faixa etária.

“A perspectiva futura é fechar a curva de crescimento brasileira até 21 anos, pois a única curva que temos é a de zero a oito anos, desenvolvida através de um estudo da Universidade de São Paulo”, diz Fábia.

Essas curvas de crescimento podem colaborar com pais, profissionais de saúde e gestores de políticas públicas, que tomarão conhecimento sobre os padrões do que constitui uma boa nutrição, saúde e desenvolvimento infantil. Sobrepeso, obesidade e condições associadas ao crescimento e à nutrição são, assim, detectadas e cuidadas precocemente.

* Leia mais sobre o estudo clicando aqui.