Prefeitura do Recife, Governo do Estado e SBC/PE se unem contra a hipertensão arterial

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/04/2012 às 0:29

Amanhã, quando o Brasil volta a atenção para o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26/4), a Prefeitura do Recife se une à Sociedade Pernambucana de Cardiologia (SBC/PE) e ao Governo do Estado de Pernambuco para promover uma ação que pretende chamar a atenção da população para o que chamamos popularmente de pressão alta - uma doença que atinge 30 milhões de brasileiros.

A iniciativa, que acontecerá das 6h30 às 8h30, no polo da Academia da Cidade de Boa Viagem, na altura do Segundo Jardim da Avenida Boa Viagem, desponta com uma programação que inclui atividades como alongamento e aulão de ginástica.

Quem passar pelo local também contará com serviços de aferição da pressão arterial, medição de glicose no sangue, avaliação de peso corporal e orientações sobre prevenção. Também será distribuído material educativo.

As atividades serão acompanhadas por profissionais de saúde e terão suporte de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Recife (Samu 192).

"No Brasil, a hipertensão arterial tem proporções epidêmicas. É uma doença extremamente democrática, que não faz distinção de sexo, raça e credo. Preocupa o fato de ser, na maior parte dos casos, assintomática", diz o cardiologista Sílvio Paffer, diretor médico do Centro de Saúde Senador José Ermírio de Moraes. A unidade, que fica no bairro de Casa Forte, é referência da rede municipal em cardiologia.

O especialista chama atenção para o fato de ter aumentado a incidência da pressão arterial alta em jovens - e até em crianças. "Quanto maior o tempo de exposição à doença, maior a chance de complicações em órgãos como coração, rins e cérebro", ressalta Paffer.

Outra questão também intriga o médico: "Trata-se de uma enfermidade crônica, que requer tratamento para o resto da vida, mas é comum pacientes abandonarem a terapêutica por achar que estão curados".

O cardiologista destaca os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão: idade avançada, afrodescendência, sobrepeso e obesidade, assim como diabetes, consumo excessivo de sal e álcool, sedentarismo e genética (parentes de primeiro grau de pessoas com hipertensão têm mais chances de ter a doença).

Alimentação balanceada, controle de peso, prática de atividades físicas e acompanhamento médico estão entre as medidas mais eficazes para controlar a doença.

SAIBA MAIS

O evento de amanhã, na Avenida Boa Viagem, faz parte da campanha nacional Eu sou 12 por 8, que faz referência ao nível considerado ideal para a pressão arterial. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Segundo a entidade, a pressão arterial não controlada é a principal causa das duas doenças que mais matam no País: o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto agudo do miocárdio.

A cada ano, 300 mil brasileiros são vitimados por doenças cardiovasculares, causadas principalmente pela hipertensão. O número é duas vezes maior que o total de mortes causadas por todos os tipos de câncer, além de ser três vezes superior aos óbitos provocados por acidentes e quatro vezes maior do que o total de mortes causadas por infecções, incluindo a aids.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca ainda que hipertensos que não fazem controle adequado podem ter uma redução de até 16 anos e meio na expectativa de vida.

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