Ihene inaugura laboratório com teste para reduzir risco de infecções em transfusões

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/04/2012 às 0:05

O Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene), nestes seus 15 anos de existência, traz para Pernambuco o mais novo Laboratório de Biologia Molecular, com tecnologia Roche, que oferece o primeiro serviço completo de teste de ácido nucleico (NAT, na sigla em inglês) para a região.

Trata-se de uma modernização em relação à triagem de bolsas de sangue.  O NAT, diga-se de passagem, reduz consideravelmente a janela imunológica de várias doenças, tempo entre a infecção e a detecção dos anticorpos produzidos pelo sistema imunológico, período em que não se detecta reatividade nos testes de triagem sorológicas convencionais.

"A redução ocorre porque o NAT procura diretamente o DNA e o RNA do vírus, ao invés dos anticorpos criados pelo organismo humano", explica o médico hematologista Rodolfo Calixto, do Ihene. Para os bancos de sangue, a sensibilidade de um sistema como esse é fundamental, pois os riscos de contaminação por transfusão são reduzidos a praticamente zero.

Com essa tecnologia, é possível, em um único teste, pesquisar cinco alvos diferentes: o HIV-1 (grupo O e M), o HIV-2 (vírus causador da aids), o HCV (vírus da hepatite C) e o HBV (vírus da hepatite B).

"Com aplicação do teste NAT, alguns estudos demonstram a redução da janela do HIV de 22 dias para 10 dias, após a infecção. No caso do HCV de 60-90, redução para 15 dias, além do aumento da sensibilidade na detecção do HBV, vírus de extrema importância para o Brasil”, revela Calixto.

O processo é realizado com base em tecnologia que permite melhor sensibilidade, especificidade e automação, o que aumenta a agilidade e a segurança dos hemocomponentes liberados pelo banco de sangue Ihene. A plataforma utilizada tem uma capacidade de processamento para executar cerca de 450 doadores por dia.