Ceratocone: a doença que progressivamente afina a região central da córnea

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 16/04/2012 às 0:10

Doença de nome difícil, o ceratocone consiste numa alteração progressiva da forma da córnea e geralmente começa entre os 15 e 25 anos. Silenciosa e progressiva, a enfermidade provoca baixa de visão, além de geralmente acarretar danos à visão do paciente.

Em casos extremos e a longo prazo, o ceratocone pode exigir a necessidade de um transplante de córnea. Aliás, a patologia ainda é a maior causa desse procedimento no País.

Entre os principais sintomas, estão visão borrada, imagens duplas, deformação de luzes, halo luminoso, alergia ocular, fotofobia e coceira. O hábito de coçar os olhos, inclusive, embora não responsável pelo aparecimento da doença, é totalmente contraindicado no sentido de evitar a progressão da mesma.

Já a principal característica do ceratocone, a baixa da qualidade da visão, está também associada com frequência a quadros de miopia e astigmatismo, com uma incidência maior na faixa dos 10 aos 20 anos, e ênfase em adolescentes do sexo feminino.

Os sintomas iniciais duram cerca de sete dias, em um ciclo que, em caso de progressão e ausência de tratamento adequado, pode chegar ao transplante de córnea no período de seis anos.

Quando detectado o ceratocone, o médico prescreve uso de óculos. Se não houver solução, indicam-se lentes de contato. Caso ambas as alternativas não sejam bem-sucedidas, sugere-se a cirurgia de implante de anéis, o crosslinking.

O oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope) Denízio Dantas confirma que hoje há tratamentos menos traumáticos. "Entre eles, está a aplicação de raios ultravioleta associada à vitamina B2. É o crosslinking, caracterizado por implantes de anéis de acrílico”, esclarece.

Ele acrescenta que também existem os transplantes parciais da córnea. Em último caso, parte-se para o transplante total, realizado no Hope com laser.