Saúde é aspecto que pesa no sentimento de felicidade dos idosos, diz pesquisa da Unicamp

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/03/2012 às 0:10

O sentimento de felicidade constitui um dos indicadores de bem-estar que tem recebido recentemente atenção no campo da investigação científica da saúde.

O estado de alegria, portanto, pode ser um indicador fundamental para completar os indicadores objetivos de qualidade de vida, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a expectativa de vida saudável.

Foi o que mostrou parte da tese de doutorado Qualidade de vida em saúde e bem-estar subjetivo em idosos. Um estudo de base populacional, da educadora física Margareth Guimarães Lima, que foi orientada pela médica epidemiologista Marilisa Berti de Azevedo Barros.

Defendido por Margareth no programa de pós-graduação em Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), o estudo mostrou que a maioria dos idosos de Campinas (cidade de São Paulo contemplada com o levantamento) disseram se sentir felizes.

A saúde foi o aspecto que mais pesou no sentimento de felicidade de homens e mulheres acima de 60 anos. Vale frisar que Margareth buscou detectar os fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais, assim como o estado de saúde, que se associam ao sentimento de felicidade.

Eis alguns resultados da pesquisa:

– 35,4% dos idosos disseram que se sentiam felizes o tempo todo

– 41,8% disseram que se sentiam felizes a maior parte do tempo

– 14,5% mencionaram que se sentem felizes em alguma parte do tempo

– 7,2% falaram que se sentem felizes em pequena parte do tempo

Entre os idosos que responderam que não se sentem felizes o tempo todo, estão os viúvos, os obesos, os que dormem mal e com um padrão de sono superior a 10 horas. Dos 35,4% de idosos que responderam que se sentem felizes o tempo todo, estão aqueles que trabalham, que ingerem bebida alcoólica ocasionalmente, que praticam pelo menos alguma atividade física, que consomem frutas, legumes e verduras todos os dias e têm uma percepção da própria saúde como excelente ou muito boa.

“O sentimento de felicidade pode motivar o engajamento em comportamentos mais saudáveis. Independentemente da situação socioeconômica ou cultural, o fator saúde é o que mais pesou no sentimento de felicidade para o idoso de Campinas”, diz Margareth.

Ela ressalta que a pesquisa mostra como o sentimento de felicidade está fortemente relacionado com o fato de se sentir saudável. “Dessa forma, esse indicador é importante para direcionar as políticas públicas de saúde”, salienta Marilisa Berti, orientadora da pesquisa.