Propagandas que geram medo de contrair doenças levam população a se vacinar

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/12/2011 às 16:01

Não adianta apenas acreditar na eficácia das vacinas. É preciso se prevenir também através delas e ter um calendário de vacinação em dia. No entanto, mais de 90% dos pais e mais de 95% dos jovens do Nordeste afirmam que as pessoas só se imunizam contra doenças quando veem propagandas que geram medo de contrair uma enfermidade.

Os percentuais são de pesquisa realizada pelo Datafolha.

O risco de surto ou epidemia (87% jovens e 83% pais) é o segundo principal motivador para que as pessoas tomem vacina, seguido de campanhas realizadas pelo governo (74% jovens e 85% pais).

O levantamento mostra ainda que, para 38% dos pais, a vacina contra a meningite meningocócica é a mais importante para o filho tomar, entre sete opções de imunizações apresentadas.

O estudo, realizado a pedido da Novartis, tem como objetivo entender os hábitos e a percepção dos jovens brasileiros e seus pais a respeito das vacinas.

Para a pesquisa, foram entrevistadas 1,2 mil pessoas de nove capitais do País, sendo 854 jovens com idade entre 11 e 24 anos e 409 pais de filhos jovens.

Quando perguntados sobre quais vacinas já haviam tomado, as respostas dos entrevistados do Nordeste foram:

– Tétano (77% jovens e 84% pais)

– Hepatite (74% jovens e 68% pais)

– Gripe comum (69% jovens e 67% pais)

– Meningite meningocócica (64% jovens e 73% pais)

MENINGITE MENINGOCÓCICA

Apesar de a vacinação contra a doença ter sido apontada como importante, o conhecimento sobre a meningite é baixo entre os jovens do Nordeste. De acordo com a pesquisa, 41% dos jovens não sabem indicar quais são os sintomas da meningite meningocócica e 48% desconhecem os fatores que levam a contrair a doença.

Por outro lado, os pais citam dor de cabeça (56%), febre (52%) e rigidez no pescoço (51%) como sinais da doença, o que demonstra mais conhecimento a respeito do tema.

A meningite meningocócica ocorre principalmente em crianças menores de 5 anos, porém os jovens também estão muito propensos ao contágio, já que a bactéria causadora da doença é transmitida por gotículas respiratórias e saliva.

“É nessa faixa etária que os adolescentes participam com maior frequência de festas e comemorações, ocasiões em que compartilham copos e talheres e beijam com mais frequência”, diz a infectologista Jacy Amaral Freire de Andrade, coordenadora do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal da Bahia (CRIE/UFBA) e membro do Comitê Assessor de Imunização do Estado da Bahia.

“A doença é grave e nesse público pode ter impacto negativo no desenvolvimento físico e social. Além de favorecer o risco de morte, a enfermidade pode deixar sequelas como surdez, amputação de membros e distúrbios mentais”, completa a médica.

MAIS DADOS DA PESQUISA

– 78% dos jovens e 84% dos pais consideram a mãe a principal influenciadora para que o jovem tome vacinas, confirmando o importante papel da mulher no cuidado com a saúde da família

– 77% dos jovens e 76% dos pais acreditam que o medo da agulha é um dos motivos para as pessoas não tomarem vacinas.

– 53% jovens e 75% pais afirmam que os homens, de maneira geral, não gostam de tomar vacinas

– 77% dos jovens declaram que a escola e a faculdade já realizaram aulas ou palestras sobre o tema

– 78% dos pais acham que as escolas que oferecem vacinação aos seus alunos têm um diferencial importante em relação a outras que não oferecem