Idosas hipertensas podem se beneficiar com dança de salão, diz pesquisa da UFPE

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/12/2011 às 15:59

Hipertensão tem que ser combatida com tratamento medicamentoso, alimentação equilibrada e prática de atividades físicas, incluindo muita dança de salão.

É o que mostra o estudo Impacto das danças de salão na pressão arterial, aptidão física e qualidade de vida de idosas hipertensas, que deu título à dissertação do pesquisador Flávio Campos de Morais, mestre pelo programa de pós-graduação em Saúde Humana e Meio Ambiente da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Defendida neste ano, no Centro Acadêmico de Vitória (CAV), a pesquisa revela uma influência positiva da dança na saúde das senhoras que passaram a apresentar bons resultados de qualidade de vida.

“Os testes físicos sinalizam para uma melhora na aptidão cardiorrespiratória. Ou seja, a capacidade aeróbica das idosas melhorou após quatro meses de treinamento em dança”, diz o pesquisador.

Participaram do estudo 29 idosas, com uma média de idade de 70 anos, cadastradas no Programa Saúde da Família do bairro Bela Vista, em Vitória do Santo Antão. Elas se submeteram a quatro meses de aulas, três vezes na semana, com 45 minutos de aula.

Durante a prática, a frequência cardíaca das alunas foi monitorada por um cardiofrequencímetro. Diante do benefício trazido pela dança de salão, as mulheres idosas, segundo Flávio Campos de Morais, continuam a tomar as medicações para hipertensão, mas numa dosagem menor. “A dose de cada medicamento poderá diminuir após as respostas do exercício e a avaliação periódica dos cardiologistas”, esclarece.

Além de oferecer um melhor controle da pressão arterial, a dança de salão une exercício ao prazer. “Especialmente para o público idoso, as danças de salão promovem conhecimento corporal e socialização, como também podem funcionar como agente terapêutico. Isso repercute positivamente no domínio psicológico e melhora a coordenação, o equilíbrio, a agilidade e o ritmo métrico”.

Dessa maneira, Flávio espera que demais pesquisadores se sensibilizem sobre a importância do papel da dança como mais uma alternativa terapêutica não medicamentosa no controle da hipertensão.