Alunos com dificuldade de aprendizado e baderneiros podem não ser apenas crianças indisciplinadas. Muito mais comum do que pais e educadores imaginam, o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) nem sempre é tratado com o devido cuidado.
Esse é o maior alerta que o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, membro da American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, apresenta no livro Desatentos e hiperativos: manual para alunos, pais e professores (Editora BestSeller, 112 páginas, R$ 19,90).
A publicação é fruto do trabalho que ele exerce com crianças de todas as idades. Informativo e esclarecedor, o texto elucida o problema, através dos recentes estudos sobre o distúrbio, traduzidos em uma linguagem ágil e direta, para ser lido em casa e na escola.
Atualmente, estima-se que 5% da população mundial, entre crianças, adolescentes e adultos, convivam com TDAH, somando aproximadamente 330 milhões de portadores. No livro, Gustavo Teixeira alerta que o transtorno é crônico, que exige atenção e cuidado para acompanhamento por toda a vida.
"Os principais sintomas do distúrbio, em crianças ou adolescentes, são desorganização, erros por descuido, dificuldade para prestar atenção e seguir ordens, como também desvio de exercícios ou atividades que exijam muita atenção. Eles também são esquecidos e se distraem com facilidade", avisa Gustavo.
"Muitas vezes, parece não escutar quando alguém lhe dirige a palavra, não termina seus deveres de casa e perde seus materiais escolares, chaves, dinheiro ou brinquedos." Além disso, a criança pode também se apresentar agitada e inquieta.
E mais: o psiquiatra alerta que a impulsividade é também outro sintoma marcante do TDAH, o que pode resultar em crianças e adolescentes muito irritados, impulsivos, com baixo limiar de frustração (os chamados "pavio curto"), envolvendo-se constantemente em brigas ou atritos com colegas de sala de aula ou com familiares e professores.
