HPV é tema de campanha lançada em Pernambuco e apoiada pela Sogope

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/10/2011 às 0:07

Neste Dia Estadual de Combate ao Câncer do Colo do Útero (27/10), a ginecologista Angelina Maia lança a campanha Somos contra HPV, que ganha vida no site www.angelinamaia.com.br. A iniciativa, que tem o apoio da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (Sogope), chega para conscientizar a população em geral e os médicos sobre a importância da vacina contra o vírus, autorizada no Brasil desde 2006.

A médica ressalta que ainda há um certo desconhecimento de boa parte da população (inclusive, dos profissionais da saúde) no que diz respeito a essa imunização.

* Se você é médico e quer saber mais sobre o assunto, clique aqui.

* Se você é paciente ou qualquer outra pessoa interessada em saber mais sobre o assunto, clique aqui.

A ação contempla informativos para médicos e leigos, produzidos pela Unidade de Vacina da Clínica Angelina Maia. As orientações disponíveis no site trazem esclarecimento sobre as principais dúvidas e reforçam a eficácia da vacina no combate ao câncer do colo do útero.

A partir do conhecimento de que não haveria o desenvolvimento dessa neoplasia sem infecção pelo HPV, foi desenvolvida a vacina que barra a contaminação pelos tipos do vírus que causam não apenas o tumor em questão, mas também as verrugas genitais.

Essa imunização apresenta alta eficácia no combate a esse câncer, pois determina uma proteção de 70% a 80% contra os HPVs que o provocam. É uma vacina segura, incapaz de produzir as doenças induzidas pelo HPV.

É bom informar que a vacinação completa contra HPV é feita através de três doses, em um período de seis meses, e promoverá uma reação de defesa no corpo, uma produção de altos níveis de anticorpos que impedem a infecção dos mais frequentes tipos de HPVs. Sem HPV, não há como ter o pré-câncer e nem o câncer.

Não restam dúvidas em relação ao fato de que o ideal é vacinar as mulheres mais jovens, antes do contato sexual ou com um menor número de parceiros. Mas, mesmo que a pessoa já tenha sido infectada por um dos tipos de HPV, a vacina pode protegê-la dos outros tipos contidos nela.

As bulas das vacinas recomendam que a imunização seja feitas entre 9 e 26 anos, porque os estudos estatísticos mostraram que, nesse grupo etário, encontra-se o maior número de mulheres ainda não contaminadas pelo HPV.

Ainda assim, há outras pesquisas que mostram como essas vacinas podem ser eficientes e seguras até os 55 anos. E mais: como já divulgamos neste blog, em maio deste ano, foi aprovado no Brasil o uso de uma dessas vacinas para proteger os homens contra as doenças induzidas pelo HPV, em especial as verrugas genitais.

FIQUE POR DENTRO

– HPV é um vírus já conhecido há centenas de anos e que criou fama na década de 70, quando foi descoberta a relação dele com o câncer do colo do útero.

– Estima-se que 75% da população sexualmente ativa, ao longo da vida, entram em contato com um ou mais tipos de HPVs. Isso acontece porque esse vírus localiza-se no revestimento dos órgãos sexuais femininos e masculinos e já no contato externo, mesmo sem penetração, pode haver contaminação.

- É claro que a camisinha reduz a área de contágio, mas não impede totalmente a transmissão do HPV. É importante, contudo, reforçar que o preservativo deve ser sempre usado nas relações sexuais porque é excelente para prevenir a aids e outras doenças sexualmente transmissíveis.

– A infecção pelo HPV é muito frequente. Cerca de 80% das pessoas que se contaminam com esse vírus, contudo, conseguem neutralizá-lo com as próprias defesas (anticorpos) e não ter doenças significativas relacionadas a ele. Ou seja: nem toda infecção pelo HPV vai terminar em um câncer.

- Cerca de 20% das mulheres, entretanto, que não conseguem se livrar dessa infecção formarão primeiro um pré-câncer que, se não for descoberto e tratado, se tornará um câncer mais adiante. Dessa maneira, a doença fica difícil de ser tratada, principalmente se já estiver muito disseminada.

- A verdade é que o câncer do colo do útero ainda mata muita gente, sendo a segunda causa de morte por câncer no sexo feminino. A cada dois minutos, uma mulher morre por causa do tumor no mundo.