Tratamento do estrabismo vai bem além da estética

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/08/2011 às 2:28

Também chamado de desvio ocular, olhos cruzados e atravessados, o estrabismo acomete cerca de 2% a 4% da população brasileira.

Trata-se de uma doença que consiste em mau alinhamento ou desvio de u olho que faz a linha de visão não apontar ao mesmo objeto que o outro olho.

É importante salientar que o problema vai além do desconforto e da questão estética, pois pode causar baixa da visão no olho desviado ou visão dupla.

Felizmente, o desvio ocular geralmente é controlado. Para isso, é necessária a dupla diagnóstico precoce e tratamento correto.

Com o intuito de evitar a baixa da visão no olho desviado (ambliopia), é indicada a estimulação do olho desviado associada à oclusão do olho bom.

Comumente, é necessário o uso de óculos tanto para melhorar a visão como para reduzir ou estimular a convergência ocular. E é possível indicar o uso de lentes com prismas quando houver visão dupla. Em alguns casos, recomenda-se a cirurgia corretora e até a utilização da toxina botulínica.

Embora o objetivo maior do tratamento do estrabismo seja proporcionar a experiência de visão binocular, assim como evitar o aparecimento da ambliopia e da diplopia, existem outros ganhos. “O aumento do campo visual após a correção dos desvios convergentes e a melhora da autoestima são aspectos relevantes", salienta a oftalmologista Simone Travassos, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).

Ela acrescenta que, apesar de ser comumente congênito, surgindo nos primeiros meses de vida, o estrabismo também pode aparecer durante a infância ou ao longo da vida. “Neste último caso, a doença pode aparecer devido a problemas neurológicos, infecções virais, traumatismos cranianos e algumas enfermidades crônicas”, conclui a médica.