Crack: CFM apresenta diretrizes para tratamento de usuários da droga

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 10/08/2011 às 12:29

O Ministério da Saúde estima que atualmente existam 600 mil usuários de crack no Brasil. No entanto, há divergência sobre esse número. Alguns pesquisadores estimam essa população em torno de 1 milhão de pessoas.

De olho nesse cenário, o Conselho Federal de Medicina (CFM) lança hoje (10/8), em Brasília, protocolo de assistência a usuários e dependentes de crack.

O documento, intitulado Diretrizes gerais médicas para assistência integral ao usuário do crack, foi formulado pela comissão de assuntos sociais da entidade.

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O texto destaca, por exemplo, o encaminhamento que deve ser dado aos usuários da droga no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com referência, entre outros recursos, à estrutura de urgências e emergências, de consultórios de rua e de albergues terapêuticos.

Com o auxílio das diretrizes, médicos poderão avaliar e manejar casos de urgência que envolvam intoxicação, abstinência aguda ou overdose.

Também receberão orientações sobre as etapas dos processos de atendimento e as abordagens mais indicadas aos usuários da droga.

Além das diretrizes médicas, o CFM também apresentará à sociedade propostas de diretrizes para assistência integral ao usuário do crack. Estruturadas sobre três eixos (policial, saúde e social), essas recomendações indicam ações que podem auxiliar na redução do consumo dessa droga.

Números – Pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) mostra que 0,7% da população brasileira de 12 a 65 anos fez uso de crack pelo menos uma vez na vida.

Entre os entrevistados, 0,1% disse ter usado crack no período de um ano anterior à entrevista e 0,1% afirma ter consumido a droga no período de 30 dias anterior à entrevista.

O maior percentual de pessoas que haviam consumido a droga, pelo menos uma vez na vida, encontrava-se no grupo de sexo masculino com idade entre 25 e 34 anos. A pesquisa revelou ainda que 44,9% da população consideram “muito fácil” obter crack caso desejasse.