Data orienta em relação à prevenção e ao diagnóstico precoce das hepatites

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/07/2011 às 0:31

Bom dia!

Vamos falar de um assunto que se tornou um grave problema de saúde pública no Brasil: a hepatite, caracterizada pela inflamação do fígado. A doença pode ser causada vírus, uso de alguns remédios, de álcool e de outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Hoje (28/7), por sinal, todo o mundo se volta para o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.

A data serve para reforçar e conscientizar a população sobre a importância da prevenção da hepatite. Em alguns casos, a enfermidade pode ser tratada e até evitada. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 600 milhões de indivíduos no mundo sejam portadores crônicos das hepatites B (causada pelo vírus VHB) e C (causada pelo vírus VHC).

No Recife, a coordenação municipal das doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais e o Núcleo de Apoio aos Portadores de Hepatites (NAPHE) promoverão hoje uma mobilização popular para o enfrentamento da doença, a partir das 9h, no Mercado de São José, Zona Central do Recife. A expectativa é reunir um público de 600 pessoas.

Vale alertar que tanto as hepatites B e C são responsáveis mundialmente por mais de 80% dos casos de câncer primário do fígado (carcinoma hepatocelular). No Brasil, há de dois e três milhões de pessoas portadoras do vírus VHC, da hepatite C. No entanto, apenas cerca de 5% dos infectados sabem que estão com o vírus. Em média, somente 10 mil casos são tratados anualmente no País.

O infectologista Hamilton Bonilha, ex-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, afirma que existem diversas formas de hepatite, sendo as mais conhecidas as A, B, C, D e E.

"Destas, as hepatites B, C e D podem evoluir para a forma crônica da doença", explica o médico. Ainda de acordo com ele, cerca de 90% dos casos de infecção pelo vírus VHB evoluem para cura. Já de 5% a 10% dos pacientes persistem como portadores crônicos.

E em relação ao vírus VHC, cerca de 90% dos pacientes evoluem para a forma crônica da doença, sendo que entre 20% e 30% podem desenvolver cirrose hepática.

"As infecções crônicas pelo VHB e VHC são geralmente silenciosas e, quando o paciente começa a apresentar sintomas, geralmente não se tem mais o que fazer, pois a doença já evoluiu para a fase de cirrose descompensada ou câncer hepático", avisa Hamilton Bonilha. Segundo o infectologista, de 70% a 100% dos casos de câncer hepático se desenvolvem em fígados com cirrose.

Recomendações:

- Se você possui um dos fatores de risco para hepatite, consulte um médico

- Entre os exames de rotina, peça para um médico solicitar os exames de detecção para o vírus B (AgHBs e anti-HBc) e para o vírus C (anti-HVC). A detecção precoce favorece o controle ou a cura da doença

- Verifique se já tomou a vacina contra a hepatite B. A imunização previne a hepatite e o câncer, já que a hepatite B é a principal causadora do tumor no fígado. Atualmente, existem vacinas para a prevenção das hepatites A e B. O Ministério da Saúde oferece vacina contra a hepatite B, nos postos de saúde do Serviço Único de Saúde (SUS), e contra a hepatite A nos Centros de referência de imunobiológicos especiais (Crie)

Quer saber mais? Clique aqui e assista, no canal do YouTube do Hospital Israelita Albert Einstein, a uma animação bem educativa sobre a doença