Fumantes passivos também sofrem com efeitos da fumaça do cigarro

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/05/2011 às 0:43

A Organização Mundial de Saúde (OMS) é clara: o tabagismo passivo (doença que pode atingir os não fumantes que convivem com fumantes) é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, depois do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.

Vamos aproveitar, então, que hoje (31/5) é o Dia Mundial sem Tabaco para orientar em relação à inalação passiva da fumaça do cigarro. Trata-se de um problema preocupante. Afinal, quem fica perto de um fumante tem chances de adquirir doenças relacionadas ao tabagismo por causa da exposição às toxinas liberadas pelo cigarro.

"Mesmo em locais abertos, o ar com esta fumaça já passa a ter qualidade alterada e, por isso, prejudica quem é portador de alterações respiratórias com possíveis consequências danosas para o organismo", diz o pneumologista Guilherme Costa, do Hospital Jayme da Fonte, no Recife. "Locais públicos, sem fumo, podem fazer os fumantes refletirem sobre o vício e procurarem ajuda para parar de fumar." 

Outra parcela da população fumante passiva, que merece atenção, são os bebês e as crianças, que são expostos aos males do cigarro através dos parentes fumantes. "Grávidas que fumam apresentam mais chances de ter um parto prematuro e de conceber um bebê com baixo peso ao nascer", informa o médico.

Ele ainda frisa que essas mulheres também possuem risco de gerar crianças com retardo no desenvolvimento psíquico. "Além disso, quem é filho de pais fumantes apresenta maiores complicações respiratórias, idas ao serviço de emergência médica, infecções respiratórias de repetição, alergias respiratórias, rinites, sinusites e otites, além de outros problemas."

Em geral, os fumantes passivos possuem até três vezes mais chances de desenvolver enfermidades relacionadas ao tabaco, como doenças cardiovasculares. "Essa questão precisa ser bem esclarecida para o fumante, a fim de que ele entenda que o cigarro causa sérios malefícios para si e para terceiros, incluindo familiares, amigos e qualquer pessoa que esteja por perto", salienta Guilherme Costa, que dá orientações para quem deseja abandonar o vício.

CONFIRA:

Tratamento terapêutico e medicamentoso

"Cerca de 80% dos fumantes reconhecem que desejam parar de fumar, porém só 3% conseguem fazer isto sozinho, sem tratamento. O fumante precisa entender que ele é um dependente químico à nicotina, da mesma maneira como é o viciado em álcool e em drogas. O tratamento mais eficaz consiste no uso da terapia cognitivo-comportamental, que mostra como compreender o processo da dependência e combatê-la com mudança de hábitos relacionados ao tabaco. Esta terapêutica pode ser acrescida de medicamentos que auxiliam no processo de retirada da droga e evitam o desconforto da abstinência, que vem pela falta da nicotina."

Parar é importante 

"Independentemente do tipo de fumo, da idade do paciente, do tempo que se tem fumado e das doenças que podem estar relacionadas ao tabaco, vale a pena parar de fumar. Trabalhos científicos têm mostrado vários benefícios, como a melhoria da qualidade de vida. O fumante precisa entender que ele investe diariamente seu suado dinheiro na aquisição de enfermidades potencialmente fatais. Não há qualquer substância proveniente do cigarro que seja considerada benéfica ao organismo humano."

Como largar o vício 

"O primeiro passo que o fumante deve dar é reconhecer que é dependente de uma substância inexistente no organismo - ou seja, é portador de uma doença de dependência química. Em seguida, deve-se procurar assistência médica especializada para programar o início do tratamento antitabaco. O tratamento inclui terapia cognitiva-comportamental, associada ou não a medicamentos. Posso garantir que essa terapêutica, por mais tempo que leve, é bem menos desconfortante e bem mais recompensadora do que o desenvolvimento de uma doença relacionada ao hábito de fumar."

* Com informações da Brava Comunicação e Marketing