Mamógrafos do SUS têm baixa produtividade e passarão por auditoria

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/04/2011 às 5:00

Atualmente, sempre que houver indicação médica, toda mulher brasileira tem garantido acesso gratuito à mamografia para diagnóstico de câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS), que mantém 1.645 mamógrafos, dos quais 50,87% estão abaixo de sua capacidade de realização de exames.

É por isso que o Ministério da Saúde iniciará auditoria nos aparelhos disponíveis na rede pública. A ação da força-tarefa foi instituída ontem (27/4), em portaria publicada do Diário Oficial. O grupo tem 10 dias para compor a estratégia de atuação e 60 dias para entregar o relatório. O objetivo é verificar a produção dos mamógrafos para tornar o funcionamento e distribuição deles mais eficiente.

Vale explicar que a mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer de mama, ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas, que medem milímetros. Deve ser realizada segundo recomendação médica. O exame é realizado num aparelho de raios X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida para fornecer melhores imagens e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é suportável. 

"O número de mamógrafos é suficiente para atender a demanda do SUS, mas eles possuem baixa produtividade. Faremos uma força-tarefa para conhecer a situação de cada aparelho da rede público e garantir o acesso ao exame", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante encontro, nesta semana, com auditores do SUS, em Brasília.

A análise será coordenada pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus), que conta com representantes em todos os Estados. A ação é um dos desdobramentos do Plano Nacional de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama, lançada em 22 de março deste ano.

Como informa o diretor do Denasus, Adalberto Fulgêncio, o departamento apresentará, no prazo máximo de 10 dias, o roteiro de vistoria. "Estamos delineando o plano operacional para avaliação dos mamógrafos em 780 municípios. Essa ação contará com a expertise do Instituto Nacional de Câncer (Inca), quanto à apreciação técnica, e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que verificará possíveis irregularidades", avisa Fulgêncio.

Câncer de mama - Segundo tipo mais frequente no mundo, esse tipo de tumor é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado o quanto antes, as chances de cura aumentam bastante.

No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados.

* O Casa Saudável já publicou vários posts sobre câncer de mama. Clique abaixo e confira alguns:

- Pesquisa Avon/Ipsos alerta em relação a câncer de mama

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- Sete avisos preciosos para reduzir mortalidade por câncer de mama