Campanha quer incluir gastroplastia por videolaparoscopia no rol da ANS

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/04/2011 às 0:10

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) convida toda a população brasileira para participar da campanha Obesidade sem marcas, cujo objetivo é garantir o direito de os pacientes com obesidade mórbida se submeterem à cirurgia bariátrica (conhecida popularmente como redução do estômago) através da videolaparoscopia, método bem menos invasivo e mais seguro do que a cirurgia aberta.

A intervenção é indicada para pacientes que não conseguem perder peso com o tratamento convencional e se encaixam nos seguintes parâmetros de IMC - sigla para índice de massa corpórea (clique aqui e calcule o seu IMC):

- IMC entre 35 e 40, com pelo menos uma doença associada, como diabete, hipertensão descontrolada e apneia do sono

- IMC acima de 40, independentemente da presença de outras doenças

Para que os planos de saúde cubram essa operação, é necessário que ela esteja listada no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão do governo federal que regula a atuação dos convênios.

Por isso, a SBCBM chama a atenção de toda a sociedade para participar de um abaixo assinado que concorda com a inclusão da cirurgia bariátrica menos invasiva na próxima atualização da lista da ANS. No site da agência, está aberta uma consulta pública sobre os procedimentos que devem constar na próxima atualização do rol de procedimentos, programado para entrar em vigor em 2012. Até o próximo dia 15 de maio, todos os cidadãos brasileiros podem manifestar sua opinião, indicando quais tratamentos e exames gostariam de ver inclusos na relação.

(O Casa Saudável já contribuiu com a consulta pública da ANS. Se você é a favor da cirurgia bariátrica por videolaparoscopia, clique aqui e colabore também. Atenção: durante o preenchimento, selecione o tipo de usuário, escreva seu nome, e-mail, CPF ou CNPJ. No campo destinado ao tipo de contribuição, selecione a opção "inclusão de procedimento". No termo a pesquisar, digite "videolaparoscopia". Em seguida, aparecerá uma lista em que constam vários procedimentos. Deve-se optar pela terceira opção do "subgrupo estômago", destinada à "gastroplastia por videolaparoscopia")

Trata-se de um canal direto entre a população e a ANS. Após a consulta pública, todas as sugestões encaminhadas passam pela avaliação de um grupo de trabalho multidisciplinar, que define a redação do novo rol.

"Peço a todos que divulguem a nossa campanha Obesidade sem marcas. É importante esse empenho porque, nesses próximos dias, as operadoras de saúde trabalharão para fazer com que a ANS desconsidere nossa solicitação. Quanto maior o apoio popular, maiores as chances de nossa vitória", avisa o presidente da SBCBM, Ricardo Cohen.

No vídeo abaixo, ele fala sobre a importância da iniciativa

 

No Brasil, são aprovadas quatro modalidades de cirurgia bariátrica: bypass gástrico, banda gástrica ajustável, duodenal switch e gastrectomia vertical. Todas podem ser feitas por videolaparoscopia, menos invasiva e mais confortável para o paciente. O balão intragástrico não é considerado tratamento cirúrgico. As técnicas mencionadas são reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela SBCBM.

O paciente que tenha indicação para cirurgia bariátrica deve conversar com seu médico de confiança e, ao tomar a decisão, procurar um cirurgião habilitado e com experiência comprovada nessa área. Deve-se evitar profissionais que pratiquem técnicas não aprovadas pelo CFM ou que prometam soluções milagrosas.

Saiba mais:

- Minimamente invasiva e aplicável em todas as técnicas cirúrgicas, a videolaparoscopia representa uma das maiores evoluções tecnológicas da medicina. Ao invés de abrir o abdome do paciente, o médico precisa apenas fazer de 4 a 5 furos de 0,5 cm (cada um) por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. O registro fica gravado, e o paciente pode levar uma cópia do DVD para casa, o que constitui um documento da operação.

- As vantagens para o paciente são redução do tempo de cirurgia, diminuição do risco de infecção, menor incidência de hérnia no local do corte e a possibilidade de voltar às atividades do dia a dia em menos tempo

- Apesar de ter um preço mais elevado, o método menos invasivo representa uma economia a médio prazo. O custo se paga em cerca de seis meses, devido à redução dos dias de internação e da incidência de complicações

Clique na tabela abaixo para ampliar o comparativo entre a cirurgia bariátrica por videolaparoscopia e a cirurgia aberta