Fique por dentro da doença de Parkinson

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/04/2011 às 8:00

Amanhã (4/4) é o Dia Nacional do Parkinsoniano. Por isso, vale a pena conversarmos sobre a doença de Parkinson, uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva.

É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, substância que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas e capaz de ajudar na realização dos movimentos voluntários do corpo de forma automática.

Dessa maneira, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam graças à presença da dopamina no cérebro.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a doença atinge aproximadamente quatro milhões de pessoas no mundo. Estima-se que existam cerca de 200 mil casos da doença no Brasil - a maior parte deles está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, responsáveis por um total estimado de 64 mil casos.

(Pesquisando sobre o distúrbio, encontrei um trecho do filme Parkinson, adaptado do conto homônimo do escritor mineiro Ronaldo Guimarães. O roteiro, escrito por Marcella Jacques, desenvolve-se através do pensamento, memória e visão do personagem Dr. Augusto. Confira abaixo)

Vamos aproveitar a data para informar que o Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, através da unidade do distúrbio do movimento realiza o tratamento da doença de Parkinson cirurgicamente. A intervenção é reservada apenas para problemas imunes ao tratamento medicamentoso e tem como objetivo modular a atividade anormal de determinados núcleos profundos cerebrais relacionados ao controle do movimento. O procedimento se resume num pequeno corte na pele e na introdução de um eletrodo para estimulação e modulação de circuitos cerebrais.

Segundo o neurocirurgião Nilton Lara, do Hcor, todas as técnicas cirúrgicas para correção dos distúrbios do movimento são realizadas no setor de neurocirurgia funcional do HCor. "Primeiramente, a equipe solicitará ao paciente todos os procedimentos diagnósticos que serão realizados no próprio HCor. A partir dos resultados, verificaremos o procedimento mais adequado para cada paciente", informa Nilton. Ele acrescenta que cada pessoa é avaliada por uma equipe multidisciplinar, composta por neurologista, neurofisiologista, psicólogo e neurocirurgião.

SINAIS - Lentidão de movimentos, rigidez muscular, tremores e alterações no equilíbrio que acarretam dificuldades para exercer as atividades diárias são os principais sintomas da doença de Parkinson, que - em fase mais avançada - leva os pacientes à incapacidade para as funções da vida diária.

Diga-se de passagem, nem sempre sinais como tremor e perda do equilíbrio significam a presença da enfermidade, que atinge principalmente a população acima dos 50 anos de idade. Muitas pessoas acreditam que são portadoras do distúrbio, mas podem estar enganadas.

O uso de alguns medicamentos, especialmente por idosos, também causa esse tipo de reação adversa. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 25% dos pacientes que apresentam os sinais de Parkinson não têm a doença. Esse é mais um motivo para que a população acima de 50 anos (grupo mais atingido pelo distúrbio) não use remédios sem orientação médica.

Bom frisar que os portadores precisam de acompanhamento frequente, pois tendem a apresentar dificuldades de caminhar, equilibrar, engolir, escrever e até falar. O diagnóstico da doença é inteiramente clínico e para fazê-lo, o médico se orienta pelos sintomas neurológicos que o paciente apresenta.

Os especialistas não sabem ao certo como o distúrbio se desenvolve. "Acredita-se que fatores genéticos e ambientais ou outras doenças degenerativas possam ser alguns dos causadores da doença", frisa Nilton Lara.

* Com informações da Academia Brasileira de Neurologia e da Target Consultoria em Comunicação Empresarial