Contra o câncer de pênis, nada melhor do que água e sabonete

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/03/2011 às 1:30

Pouca gente sabe que somente mudanças nos hábitos de higiene são o suficiente para evitar o câncer de pênis, doença que provoca cerca de mil amputações desse órgão genital anualmente no Brasil. E é no território nacional que a enfermidade representa cerca de 2% do total das neoplasias do homem. Triste saber que essa é uma das maiores incidências do mundo.

De qualquer maneira, é preciso bater na tecla de que água e sabonete são itens primordias para combater o problema. Devem ser usados na hora do banho e após a relação sexual. "É necessário salientar que esse tipo de câncer não proporciona apenas o risco de amputação do pênis, mas também favorece a probabilidade de que a doença se espalhe mesmo após o tratamento. É o que chamamos de metástase", alerta o urologista Carlos Bayma, do Hospital Esperança, no Recife (PE).

De acordo com ele, essa patologia geralmente atinge os homens a partir dos 40 anos, principalmente a faixa etária dos 50 aos 65 anos de idade. "Os mais afetados são os homens de baixa instrução, com hábitos precários de higiene íntima e que têm péssimas condições de vida socioeconômica", informa Bayma.

Nesse sentido, é bom chamar atenção para os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença: além da má-higiene íntima, podem ser destacadas a fimose e as infecções locais de repetição ou indevidamente tratadas. O sinal de alerta é dado a partir da presença de uma ferida no pênis ou na virilha que não cicatriza e que pode eliminar secreções e exalar mau cheiro. Outros sinais são manchas locais persistentes (principalmente as esbranquiçadas), inchaço, vermelhidão e coceira que não cedem com o tratamento.

Muito bom espalhar que a prevenção tem um caminho fácil: assim que for notada uma lesão no pênis que não cessa em 15 dias, vale a pena visitar o urologista. Lamentavelmente, essa conduta não é observada pelos especialistas, pois os homens só tendem a procurar ajuda entre um e quatro anos após o aparecimento da primeira lesão suspeita.

E o uso de preservativos, durante as relações sexuais, também tem um valor imenso, pois o papilomavírus humano (HPV, um vírus que tem como principal meio de transmissão o contato sexual com pessoas infectadas) está presente em aproximadamente metade dos homens que desenvolvem câncer de pênis.

* Com informações da Brava Comunicação, assessoria do Hospital Esperança