Osteopatia + quiropraxia = mente sã num corpo são

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/03/2011 às 23:51

O nosso crânio tem um ritmo tão poderoso que basta sair do tom para favorecer o desenvolvimento de sinais tão perturbadores que atrapalham a nossa qualidade de vida. Acredite: se toda essa caixa óssea que contém e protege o encéfalo deixar de apresentar uma boa harmonia, a nossa saúde desanda. 

E quem explica detalhes desse padrão rítmico é o fisioterapeuta Randy Marcos, com formação na Escola Brasileira de Osteopatia (Ebom).

Que se abra parêntese: osteopatia, em linhas gerais, é uma técnica que reequilibra a biomecânica corporal ao colocar as articulações em condição estável.

E agora, vamos detalhar o que é quiropraxia: é outra terapêutica que se dedica ao diagnóstico e ao tratamento de problemas neurológicos e musculoesqueléticos, com ênfase na coluna vertebral.

Ambas são sistemas terapêuticos que, numa única consulta (ou sessão), se misturam para oferecer aos pacientes métodos específicos de manobras manuais com o potencial de arrematar um mal-estar físico e uma desordem emocional. Na prática, osteopatia e quiropraxia consistem num conjunto de terapias manuais que corrigem os efeitos cruéis vindos da estrutura óssea.

Também membro da Associação Brasileira dos Diplomados em Osteopatia, Randy Marcos afirma que a especialidade da qual faz parte não deve ser vista somente como uma alternativa capaz de aliviar os problemas de coluna e ponto final. De acordo com ele, contratempos corriqueiros, como uma queda, podem alterar a região da pélvis. "A consequência é a alteração do ritmo craniano, que é dado a partir das meninges, que envolvem a medula espinhal e o encéfalo", detalha o fisioterapeuta, que é um dos profissionais do Instituto Santé (@institutosante), que fica no bairro da Boa Vista, no Recife.

E por causar desse efeito, o corpo emite sinais como uma cefaleia crônica que demora a cessar. "Entre outros problemas que podem aparecer por causa dessa disritmia, estão constipação, gastrite, refluxo gastroesofágico e até mordida cruzada", acrescenta o especialista, que destaca a importância de considerarmos a globalidade do nosso corpo.

Ele também revela que um parto agressivo para o bebê, diga-se de passagem, tem o poder de dessintonizar o padrão rítmico do crânio. "É uma situação em que é possível desenvolver alteração na posição dos ossos e causar, por exemplo, a escoliose idiopática, aquela de causa não bem definida."

AFLIÇÃO - Quem convive com cargas altas de estresse no dia a dia, a ponto de explodir por qualquer contrariedade, também corre o risco de ter o ritmo craniano alterado. E Randy Marcos explica o porquê: "A tensão crônica desequilibra essa sequência harmônica porque exacerba o sistema nervoso, o que faz o corpo ficar com uma sobrecarga que torna a musculatura retraída". A dor de cabeça incontrolável, vale ressaltar, pode ser explicada por esse motivo.

Todos esses incômodos podem ser combatidos através de sessões de osteopatia e de quiropraxia - ambas são, no Brasil, especialidades da fisioterapia. "Através de manipulações e movimentações do corpo do paciente, conseguimos criar um estímulo para reequilibrar o organismo e promover um controle do mal-estar", garante Randy Marcos.

Segundo ele, a técnica tem uma contraindicação primordial: pacientes com fraturas não devem se submeter ao procedimento. "E há outros desaconselhamentos relativos. Portadores de osteoporose, por exempo, podem ser atendidos desde que o profissional compreenda as limitações deles e, dessa maneira, execute manipulações específicas para esse tipo de paciente", alerta.

Sobre a frequência dos atendimentos, ele informa que depende da intensidade do problema apresentado por cada pessoa. Quem tem perturbações orgânicas intensas deve se submeter a sessões de osteopatia com quiropraxia, no mínimo, duas vezes por semana. Se a indisposição for leve, a periodicidade é uma vez a cada semana. No Instituto Santé, cada encontro terapêutico dura de 40 minutos a uma hora e tem um custo entre R$ 90 e R$ 120.

EU TESTEI! :)

Na última segunda-feira, eu me submeti a uma sessão de osteopatia com quiropraxia. Confesso que fiquei um pouco assustada com as primeiras manipulações do fisioterapeuta, pois escutei e senti alguns estalos. Mas nada pra entrar em pânico. Nem dói. Pelo contrário: a gente sente um alívio e uma leveza boa... Os estalos eram só ruídos produzidos pelo processo de reequilíbrio das articulações do meu corpo.

Ah, antes das movimentações começarem, o fisioterapeuta fez algumas perguntinhas básicas. Ele procurou saber se eu tinha alguma queixa, como dor no corpo, cefaleia, tontura... O meu problema, que me acompanha desde adolescente, é a postura relaxada, aquela produzida pela escoliose (curvatura lateral da coluna vertebral) e por uma discreta cifose, que é uma leve curvatura nas costas. Fora isso, nada mais.

Terminada a sessão, gostei de saber que a minha flexibilidade, que consegui ganhar com o balé na infância e nunca mais perdi, é intensa. O resultado é uma adaptação fácil do meu organismo a alguns contratempos e situações do dia a dia. "Dessa maneira, seu corpo fica menos sobrecarregado", avisa Randy Marcos, que continua: "Mas você tem uma fraqueza muscular, assintomática por enquanto, que precisa ser trabalhada no pilates ou através de um treinamento funcional".

Pois é, sei que devo organizar o meu tempo para fazer alguma atividade com seriedade e comprometimento. As dores e o mal-estar podem não aparecer agora, mas a sobrecarga vai acumulando e... Depois de toda essa explanação neste post, o final de quem não segue uma terapêutica preventiva é óbvio: corpo e mente desequilibrados. E aí, que tal começarmos a pensar mais na gente?!? Tudo vale a pena em nome da mente sã e do corpo são! :)