Jogar golfe não é mole. É preciso desenvolver resistência e concentração

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 25/02/2011 às 0:19

O golfe, segundo o Ministério do Turismo, movimenta cerca de R$ 500 milhões por ano no Brasil, que tem mais de 100 campos para a prática do esporte, sendo que 20 deles são ligados a destinos turísticos. E atualmente, há cerca de 25 mil golfistas associados a vários clubes no País, de acordo com a Confederação Brasileira de Golfe.

Apesar de uma impressão equivocada de que se trata de um esporte que pouco exige da capacidade física dos praticantes, o golfe requer preparo físico especial para evitar lesões graves.

Para ajudar os praticantes da atividade, a professora de educação física Maria Luiza Coelho, especialista em fisiologia do exercício pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), capacitou-se para se tornar a primeira profissional do País com certificação em Golf Fitness Instructor pela Titleist (TPI), conseguida nos Estados Unidos.

Ao voltar ao Brasil, Maria Luiza criou a empresa Performance Golfe, em São Paulo, que oferece o primeiro programa de atividades físicas específicas para golfistas. "A Performance Golfe surge para suprir a demanda do esporte, que tem aumentado nos últimos anos", diz a professora de educação física.

Ela explica que, através da análise do swing (movimento básico do golfe) e testes específicos para o esporte, é possível elaborar atividades individuais e personalizadas para que a experiência do golfe seja otimizada e aproveitada ao máximo."Dessa forma, dá para evitar lesões e aumentar o bem-estar proporcionado pela modalidade", garante a especialista, que conversou com o Casa Saudável sobre o assunto. Confira os destaques deste bate-papo.

-  Ouvimos  dizer  que,  para  praticar  golfe,  não  é  preciso  muito  esforço  físico. Isso procede?

Não,  isto  é  um  mito. A  partir  do  momento  em que  a  pessoa começa a praticar o esporte, já se consegue perceber a intensidade da modalidade. Tanto para o metabolismo aeróbico quanto para o anaeróbio, o esforço é grande. Por isso, há grande incidência de lesões.

- Que tipo de preparação as pessoas que desejam praticar golfe (ou que já praticam) precisam? É necessário uma sessão de alongamentos, treinamento aeróbico e um treinamento de força também?

Para que o swing, que é o movimento básico do golfe, seja executado de maneira satisfatória, são necessários trabalhos de flexibilidade e força. O treinamento aeróbico acontece paralelamente para dar suporte no momento do jogo, caso a pessoa opte pelo jogo sem auxílio de carts ou carrinhos.

- Que ganhos a pessoa tem quando passa a treinar com frequência? Ganha resistências física e muscular, além de flexibilidade?

O treinamento regular faz com que o praticante desenvolva uma resistência muscular suficiente para que não haja lesões. O indicado, para a prática do programa da Performance  Golfe, é de pelo menos sessões duas vezes por semana. Porém, é mais indicada uma frequência de três vezes por semana para que se desenvolva um trabalho mais consistente, o que melhora principalmente a resistência muscular. A  flexibilidade também é muito recrutada para o golfista. Por isso, no programa, disponibilizamos cerca de 30% do tempo do treino especificamente para os trabalhos de alongamento e flexibilidade.

- Existem contraindicações?

Não. Se,  por  acaso, o aluno tiver alguma  restrição  médica, é preciso que isso seja comunicado a nós, a fim de que seja feita uma adaptação do programa de treinamento.

- Sabemos que o golfe exige do corpo uma rotação em combinação com vários planos de movimento. Pessoas que têm labirintite podem praticar a modalidade?

A  labirintite é um distúrbio do labirinto que afeta o equilíbrio, que é uma capacidade física - ou seja, é treinável. Portanto, pessoas que convivem com labirintite devem realizar uma preparação física, principalmente do equilíbrio. Dessa maneira, dá para praticar o golfe com mais confiança e eficácia.

- E como você se interessou no trabalho de preparo físico para golfitas?

Comecei minha carreira na natação, como professora de educação física. Em seguida, passei para a área de personal trainer. Só fiquei interessada pelo trabalho no segmento do golfe quando um aluno golfista começou a se queixar de dores em lugares diferentes e em várias ocasiões. Ao pesquisa esses incômodos, pude perceber que todos eles eram causados pelo esforço realizado no golfe. Com base nisso e em conversas com esse aluno, decidi me dedicar ao esporte, tão pobre de informações aqui no Brasil.

- Poderia falar mais da Performance Golfe?

Atendemos no local de preferância do aluno. Em domicílio, na academia, no clube... Enfim, no local que seja mais confortável para o praticante do esporte. O programa de treinamento é feito de maneira personalizada. A partir de testes específicos e análise de movimento por vídeo, podemos identificar as dificuldades do aluno e, assim, desenvolver sessões individuais.

Para entrar em contato com Maria Luiza Coelho: 11 3889-2286/ www.rodrigues-freire.com.br