Reuniões ajudam pessoas com transtorno obsessivo-compulsivo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/01/2011 às 1:00

A Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo/Regional Pernambuco (Astoc/PE) informa que as reuniões de 2011 começarão na próxima sexta-feira (4/2).

Os encontros acontecem, a partir das 17h, no auditório da psiquiatria do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (1º andar). O objetivo é ajudar as pessoas que convivem com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), tiques e síndrome de Tourette.

Vale lembrar que as reuniões não substituem o tratamento medicamentoso seguido por cada paciente.

Os pacientes que participam dos encontros sempre ressaltam que é importante levar algum membro da família, o que facilita muito o tratamento. Para obter mais informações sobre esses encontros: F - 81 3083-4954.

Ah, gosto sempre de lembrar que as pessoas com TOC não devem ter vergonha da sua condição, nem mesmo adiar a procura por ajuda médica e/ou psicológica. Sabe por quê? Simplesmente porque se trata de um transtorno que pode e deve ser controlado, quando não vencido. E quanto mais cedo ele for diagnosticado e controlado, maiores são as chances de os portadores voltarem a ter qualidade de vida pra dar e vender.

SOBRE TOC

O transtorno obsessivo-compulsivo nasce da ansiedade exacerbada e tem sintomas que tendem a se agrupar em alguns tipos mais gerais, como obsessões com conteúdos agressivos, sexuais e religiosos, além de compulsões de checagem. Há ainda as obsessões de simetria e compulsões de ordenação, contagem e repetição de rituais, como também os pensamentos ligados à contaminação e rituais de lavagem ou limpeza.

E ainda vale destacar as obsessões e compulsões de acumulação (colecionismo patológico), definidas como aquisição e incapacidade de descartar objetos de pouca utilidade ou valor. Saiba mais sobre o transtorno:

CAUSAS: Ainda não são conhecidas exatamente. Mas se suspeita que o TOC seja causado tanto por fatores que envolvem alterações bioquímicas (neurotransmissores) quanto ambientais (refere-se à forma como a pessoa se desenvolveu e foi educada). A medicina sabe que até 30% dos pacientes com o transtorno apresentam história familiar de sintomas obsessivos-compulsivos, o que sugere que, às vezes, o TOC pode ser em parte herdado

DIAGNÓSTICO: É feito por médico, preferencialmente psiquiatra, que analisa a história clínica e o estado mental do paciente

CONTROLE: Em alguns casos, os sintomas podem desaparecer por completo. No entanto, como na maioria das doenças crônicas, essas situações não são frequentes e, por isso, o tratamento do TOC tende a ser mantido por um longo período. A terapêutica se assemelha a de pacientes com diabete, hipertensão arterial ou artrite

TRATAMENTO: É feito com medicamentos de uma família de antidepressivos, geralmente são associados à terapia cognitivo-comportamental (TCC), que pode ser feita individualmente ou em grupo. É uma técnica que envolve um conjunto de táticas estruturadas que o paciente aprende a utilizar para dominar o desconforto decorrente das obsessões, e a reduzir ou eliminar os atos compulsivos. Para quem não tem resposta completa a essa classe de antidepressivos, o médico pode optar por associar outros medicamentos, incluindo os antipsicóticos atípicos, que podem ser úteis para tratar pacientes com TOC não-psicótico, sem sintomas como delírios e alucinações

EFICÁCIA DOS TRATAMENTOS: Entre 40% e 60% dos pacientes com TOC apresentam redução de, pelo menos, 40% na intensidade dos pensamentos obsessivos e dos rituais com o primeiro antidepressivo utilizado, que pode ou não ser associado à TCC. As taxas tendem a crescer quando novas estratégias de tratamento são acrescentadas no plano terapêutico

AJUDA: Os grupos de apoio são importantes. Em Pernambuco, os portadores e familiares contam com a Associação de Portadores de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo de Pernambuco (Astoc/PE), que funciona no Hospital Osvaldo Cruz, com reuniões toda primeira sexta-feira do mês. Mais: 3083-4954