Remédicos do Riso: eles merecem uma salva de palmas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 18/12/2010 às 1:00

Boa dia, pessoal! :)

Que rir faz bem todo mundo sabe. Para espantar a falta de esperança, a melhor maneira é dar tchau à tristeza. Parece fácil, não é? Mas é um ato que demanda dedicação, principalmente quando passamos a fazer do riso uma ferramenta capaz de ajudar a apagar as angústias que vêm com uma doença.

Nesse sentido, quero compartilhar com vocês um belo trabalho: em Jaú, na região central do Estado de São Paulo, a 296 km da capital, fica o Hospital Amaral Carvalho (HAC), onde atuam o Remédicos do Riso há mais de 10 anos. O grupo é formado por pessoas que se dedicam de forma voluntária à instituição, referência no tratamento e combate ao câncer. A equipe não é médica, mas sabe que a alegria toca tão fundo no coração dos pacientes que é possível fazer dela a coadjuvante de qualquer terapêutica farmacológica.

Bem, encontrei inspiração nesta turma para escrever a coluna Bem-estar deste mês do Casa Saudável. Formado principalmente por empresários, advogados e donas de casa, o grupo contra com 37 integrantes que têm como principal objetivo animar os pacientes das alas pediátricas e de transplante de medula óssea. Nesse cenário, apesar da brincadeira reinar, tudo é levado muito a sério. Ou seja, é um trabalho animador, gratificante e feito com muita responsabilidade. Não à toa, para se tornar apto a praticar o voluntariado dentro do Remédicos do Riso, o interessado deve passar por um ano de treinamento e estudo.

"Durante os 12 meses são realizadas oficinas quinzenais, com profissionais de várias áreas como artes cênicas, terapia corporal, terapia musical, psicologia e mágica", explica o empresário Emerson Dátilo, um dos coordenadores da equipe. Ele, ao entrar no HAC, passa a ser chamado de Dr. Katreco.

Ao pesquisar sobre o poder do riso, eu encontrei um estudo interessante de profissionais e estudantes da Escuela de Medicina Humana da Universidad Científica del Sur (Peru). O artigo, intitulado Risoterapia: un nuevo campo para los profesionales de la salud, foi publicado na Revista de la Sociedad Peruana de Medicina Interna, em 2004. Eis a conclusão: o riso nos presenteia com benefícios físicos, psicológicos e sociais. De quebra, pode nos ajudar a enfrentar os problemas com um melhor humor e com menos conflitos.

Dessa maneira, os autores do estudo concluem que a inclusão do riso como complemento de terapias convencionais podem ajudar o profissional de saúde durante o processo de recuperação do paciente.  Outro benefício, segundo os estudiosos, é que a risoterapia não exige custos para ser realizada, o que a torna acessível a todos os estabelecimentos de saúde e a todas as pessoas.

(Clique aqui para ler todo o artigo Risoterapia: un nuevo campo para los profesionales de la salud)

GENTE NOVA

Neste mês em que celebramos o Natal, bom saber que novos integrantes do Remédicos do Riso aceitaram o narizinho vermelho, receberam nome de guerra e identidade de palhaços. Uma solenidade, no dia 6 de dezembro, inédita no grupo, marcou a formatura da quinta turma de clowns do grupo de Jaú. "A cerimônia foi simples, mas com muita emoção. Agora, são quase 40 pessoas que levam alegria, esperança e sorriso a quem passam por um momento tão delicado", diz Emerson.

Os remédicos fazem tudo com tanta dedicação que não abrem mão de se manter unidos. Sim, os voluntários se reúnem mensalmente e promovem oficinas de atualização. É um momento em que são definidas as escalas semanais de duplas ou trios que visitarão o HAC ou participarão de eventos. "Quando os pacientes veem o palhaço passar, imediatamente se quebra o gelo", relata Emerson.

Entre os novos integrantes dessa turma alto-astral, está o casal Guilherme Moro Neto, 29 anos, e Fernanda Dutra Moro, 28. Trabalhadores autônomos, eles dedicam várias horas de seus dias a causas sociais. Por isso, procuraram o Amaral Carvalho depois que leram uma reportagem sobre o grupo Remédicos do Riso.

"Ficamos encantados e pensamos que a oportunidade de participar era toda nossa, já que quando procuramos o grupo era época de inscrições para novos integrantes", explica Fernanda. Para ela, as oficinas ajudaram o casal mais do que eles esperavam. "Quando estávamos fazendo os treinamentos, descobri que minha mãe tinha câncer. O apoio do grupo foi vital para que aprendêssemos a lidar com a doença", conclui Fernanda, com um exemplo claro de que a alegria é

* Quer saber mais sobre a Fundação Amaral Carvalho? Clique aqui.