Chega em breve ao Brasil mais uma terapêutica para câncer renal

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 17/12/2010 às 16:00

Após oito meses da divulgação de estudo fase três no Journal of Clinical Oncology, em fevereiro de 2010, autoridades regulatórias tornam acessível aos brasileiros uma promissora opção para o tratamento dos pacientes com câncer renal. Trata-se do pazopanibe, da GlaxoSmithKline (GSK), que recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado no País.

O medicamento é indicado para pacientes com carcinoma de células renais (CCR - abaixo, saiba mais sobre a doença) avançado e/ou metastático - o mais frequente nos rins (nove entre dez casos identificados). Nos Estados Unidos, o pazopanibe foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA) em outubro de 2009. 

A aprovação do registro do pazopanibe no Brasil marca um grande avanço no tratamento do câncer renal como uma grande esperança, já que esse tipo de câncer é altamente resistente à quimioterapia e uma parte dos pacientes não obtém resposta com o uso de medicamentos já conhecidos, como as citocinas.

Além disso, por ser uma terapia oral e de administração mais conveniente, o medicamento dispensa a necessidade de o paciente ir ao hospital para receber o tratamento. Ele pode realizar o tratamento em casa.

Sobre o CCR (carcinoma de células renais)

Segundo dados da American Society of Clinical Oncology, ao longo de 2009, houve uma estimativa de cerca de 57.700 novos diagnósticos de câncer de rim e 13 mil mortes em função da doença nos Estados Unidos. A doença acontece duas vezes mais em homens, e cerca de 25% dos seus diagnósticos se dão já com a doença avançada e/ou metastática.

Os principais fatores de risco são tabagismo, obesidade, hipertensão e histórico familiar. A maioria dos casos é diagnosticada entre 50 e 70 anos de idade. Um dos principais agravantes do câncer do rim é a falta de sintomas, que leva ao diagnóstico tardio do tumor, quando ele já está em estágio avançado ou metastático. 

Um estudo da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), realizado com 508 pacientes e coordenado pelo diretor da SBU, Aguinaldo Nardi, mostrou que, do total de pacientes com câncer renal, 59% são homens, 79% brancos, 46% sofrem com hipertensão, 18% são obesos e 15% têm histórico de tabagismo.

Ainda segundo o levantamento, a idade média dos pacientes é de 60 anos. Cerca de 73% foram diagnosticados através do ultrassom abdominal, enquanto 19% tiveram a doença detectada através da tomografia. A incidência do câncer renal aumentou em 43% nas últimas três décadas e aproximadamente 40% dos casos são diagnosticados quando o tumor está nos estágios três e quatro, que são os mais avançados.