Novartis e governo brasileiro se unem contra a hanseníase

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/12/2010 às 23:35

Hoje (15/12), a Novartis e o governo brasileiro firmaram acordo para fortalecer os esforços para o combate à hanseníase no País. A doença, de caráter crônico e popularmente conhecida como lepra, afeta a pele e os nervo. O contrato prevê a doação pela Novartis de um tratamento multimedicamentoso para a hanseníase, além da transferência de tecnologia de um dos princípios ativos que compõem o tratamento: a clofazimina.

A parceria foi estabelecida pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e pelo presidente da Novartis no Brasil, Alexander Triebnigg. Segundo os termos do acordo, a Novartis doará o tratamento multimedicamentoso, composto por três medicamentos (rifampicina, dapsona e clofazimina), ao Ministério da Saúde, que atenderá os pacientes com hanseníase através do Sistema Único de Saúde (SUS). A doação para o governo brasileiro é prevista em 3,2 milhões de tratamentos do tipo durante os cinco anos do acordo.

"A Novartis quer assegurar que todos os brasileiros com hanseníase recebam o tratamento que precisam", declarou Alexander Triebnigg. A Fundação Novartis para o Desenvolvimento Sustentável atua na luta contra a hanseníase há mais de 25 anos, auxiliando na doação de medicamentos, contribuindo para a redução do preconceito associado à doença e ajudando pacientes em sua reintegração à sociedade.

No Brasil, a Novartis mantém, em parceria com a organização não governamental (ONG) Morhan, a Carreta da Saúde, um caminhão itinerante que percorre regiões endêmicas do País para diagnosticar, iniciar o tratamento e educar a população sobre a hanseníase. 

Sobre o tratamento multimedicamentoso

Essa terapêutica mudou a imagem da hanseníase em todo o mundo, pois proporcionou a cura de mais de 14 milhões de pessoas, a interrupção da transmissão da hanseníase e a prevenção de deformidades. Assim, a prevalência mundial da doença reduziu em aproximadamente 95%. Apesar do sucesso, o controle da hanseníase continua crítico, e a doença é cada vez menos conhecida. O diagnóstico precoce e a disponibilização constante do tratamento são essenciais. 

Saiba mais sobre hanseníase

Quando a pele apresenta queda dos pelos, manchas brancas ou avermelhadas, ressecamento, além de sensação de formigamento e dormência, os médicos tendem a desconfiar de hanseníase. Em alguns casos, a doença também pode levar a uma diminuição da força muscular.

As manchas da hanseníase podem se localizar em qualquer parte do corpo. Normalmente, os locais mais comuns são as extremidades (braços, mãos, coxas, pernas e pés) e o rosto.

Assim que um sinal com essas características for notado, vale a pena procurar um dermatologista. Afinal, a hanseníase tem cura. Quando não tratada, contudo, a enfermidade pode causar deformidades, principalmente nas mãos e pés.

É importante frisar que a patologia pode ser transmitida pelo contato com uma pessoa sem tratamento, através das vias respiratórias. Entretanto, a maioria das pessoas não adoece quanto tem contato com a bactéria porque possui uma resistência natural para combater a doença.

* Você já leu o especial da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre hanseníase? Não deixe de ver clicando aqui.