Ministério da Saúde e Inca unidos contra o câncer do colo do útero

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/11/2010 às 1:00

O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou na última sexta-feira (26/11), o Plano de ação para redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero, que deve fechar o ano de 2010 com 18.430 novos casos no País, com um risco estimado de 18 casos a cada 100 mil mulheres.

O programa tem por base cinco eixos, que abrangem desde o fortalecimento do programa de rastreamento da doença nas mulheres até a garantia de tratamento de lesões precursoras do câncer do colo do útero, que têm praticamente 100% de chance de cura caso sejam cuidadas adequadamente.

Aproximadamente todos os casos de câncer do colo do útero são causados por um dos 13 tipos do papilomavírus humano (HPV) atualmente reconhecidos como oncogênicos pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, em inglês). Destes, os tipos mais comuns são o HPV16 e o HPV18. Outro fator que contribui para o desenvolvimento desse tumor é a multiplicidade de parceiros sexuais, principalmente se não houver o uso do preservativo.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para o desenvolvimento da lesão de alto grau e do câncer invasivo do colo do útero, o HPV é condição necessária, mas isoladamente não é uma causa suficiente. Afinal, faz-se necessária a associação do vírus com os outros fatores de risco para o desenvolvimento, a manutenção e a progressão das lesões.

O diretor geral do Inca, Luiz Antonio Santini, explicou que a construção do Plano de ação para redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero é resultado de um trabalho que vem sendo feito pelo Ministério da Saúde desde 1977, através de diversas iniciativas voltadas para a saúde da mulher.

Atualmente, segundo Santini, para cada caso de câncer do colo do útero invasor, são diagnosticadas 12 lesões precursoras. "Isso significa que o acesso das mulheres aos programas de detecção precoce aumentou. E o total de amostras insatisfatórias de material para exame preventivo ginecológico é inferior a 1%."

Mas ele também destaca as dificuldades, principalmente aquelas relacionadas à falta de acesso aos métodos prevenção, distribuídos de forma desigual. "Apesar de serem feitos 12 milhões de exames preventivos por ano através do Serviço Único de Saúde (SUS), muitas mulheres fazem mais exames do que o necessário, e outras nunca fizeram", diz Santini, que acrescenta: "Enquanto na Região Sul, o câncer do colo do útero não figura mais entre as cinco principais causas de morte por câncer entre as mulheres, a doença é a principal causa de morte nos Estados do Norte e a segunda causa no Centro-Oeste".

O diretor geral do Inca também destacou algumas ações específicas para que os eixos definidos pelo plano tornem-se realidade. Para a garantia de qualidade do exame citopatológico e de tratamento adequado das lesões precursoras, estão previstos a implantação da política de certificação e credenciamento de laboratórios de citopatologia no SUS e dos centros qualificadores de ginecologistas.

Veja o que o Casa Saudável já publicou sobre câncer do colo do útero:

- HPV assusta, mas tem tratamento e nem sempre leva ao câncer