Renovado acordo que visa melhorar dieta do brasileiro

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/11/2010 às 14:30

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinou na última quinta-feira (25/11), em Brasília, acordo de cooperação com a Associação Brasileira dasvIndústrias da Alimentação (Abia), que prorroga por mais três anos o Fórum da Alimentação Saudável. Estudo feito pela Abia, em parceria com o Governo Federal, revela que 94,6% das empresas associadas à entidade, em média, alcançaram a meta estabelecida em 2007, quando o fórum foi criado: cerca de 230 mil toneladas de gordura trans deixaram de ir para as prateleiras em 2009, na comparação com 2008.

As metas de redução desse tipo de gordura foram definidas a partir de recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que estabelece o limite de 5% de presença de gordura trans do total de gorduras em alimentos processados e 2% do total de gorduras em óleos e margarinas.

Ao todo, foram avaliadas 12 categorias de alimentos, incluindo snacks, massas instantâneas, sorvetes, caldos, chocolates, sopas, panetones, óleos, pratos prontos, biscoitos e bolos, além de margarinas e cremes vegetais. Para a escolha dessas categorias, a Abia fez um levantamento e selecionou os grupos de alimentos que apresentavam teores mais elevados de gorduras trans.

Desde a criação do Fórum da Alimentação Saudável, estabelecido com o objetivo principal de encontrar alternativas viáveis para a substituição e a consequente redução de alimentos prejudiciais à saúde dos brasileiros, foram desenvolvidas importantes ações conjuntas entre os órgãos parceiros: Ministério da Saúde, Abia e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Menos sal

As medidas previstas no Fórum da Alimentação Saudável também são extremamente importantes para a gradual redução do teor de sódio/sal e açúcar nos alimentos processados. A expectativa é que, até 2020, o consumo de sal pela população brasileira seja reduzido em 50%.

"A redução do teor de sal é um novo desafio. O consumo excessivo pode causar, a longo prazo, problemas de saúde pública como hipertensão arterial, entre outros", afirmou Temporão, que acrescentou: "Entregamos à Abia um documento técnico com prioridades para a redução. Haverá agora o desenvolvimento de um trabalho técnico, com estabelecimento de metas, para que esse trabalho continue avançando".

Estudos apontam que a redução de três gramas no consumo diário de sal levaria a uma redução de 13% nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e 10% nas doenças isquêmicas do coração.