Número de cirurgias bariátricas no Brasil cresce 500% em dez anos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 12/11/2010 às 15:30

O número de cirurgias bariátricas no Brasil registrou um boom na última década. O procedimento, indicado no tratamento da obesidade mórbida, foi realizado 5 mil vezes em 1999. Já no ano de 2009, foram realizadas 30 mil cirurgias no País. Esse cenário revela um aumento de 500% na última década.

Esse crescimento coloca o Brasil na segunda posição do ranking mundial de cirurgias bariátricas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que realiza anualmente 300 mil procedimentos por ano. "A quantidade de cirurgia bariátrica no Brasil está relacionada ao crescimento da população obesa no País e ao reconhecimento de que se trata de um procedimento seguro e eficaz no tratamento da doença", afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Thomas Szego, que coordena a partir desta terça o Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, que será realizado em Bonito (MS).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade já atinge mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida - ou seja, estão com pelo menos 40 quilos acima do peso corporal ideal.

A diminuição do tamanho do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher. O cálculo para se chegar a esse índice é simples: peso (quilos) dividido pela altura (metros) ao quadrado. A cirurgia bariátrica pode ser recomendada também se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² num paciente que tem diabete, hipertensão arterial, apneia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade.

"Nos casos que o IMC do paciente fica entre 30 e 35, é preciso uma avaliação prévia e individualizada para ver se realmente a cirurgia bariátrica é recomendável. A operação é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais", diz Thomas.

A cirurgia, porém, não garante a redução de peso em definitivo. O paciente precisa fazer uma adaptação à nova realidade e contar com acompanhamento de profissionais da saúde para se adaptar a uma rotina diferente. "No geral, depois de três anos, 10% dos pacientes começam a engordar novamente por não adotar um novo estilo de vida saudável. O paciente necessita de um acompanhamento contínuo porque a mudança na dieta e nos hábitos de vida é o que garante a saúde do paciente e o sucesso na eliminação de quilos", finaliza o médico.

* Com informações da Target Consultoria em Comunicação Empresarial