Educação em saúde é uma terapêutica que funciona bem

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/10/2010 às 1:00

Médico

Nesta semana, tomei conhecimento de um estudo sobre asma cujo raciocínio pode ser aplicado para o controle de várias doenças crônicas. A pesquisa, intitulada Avaliação da eficácia do automanejo no controle da asma, da Faculdade de Medicina da USP (FM/USP), mostrou que os portadores que sabem mais sobre essa própria enfermidade (inclui sintomas e remédios) conseguem ter um controle mais eficaz do problema e, como consequência, alcançam uma melhor qualidade de vida.

"Conhecer a asma é fundamental no tratamento", explica a fisioterapeuta Luciene Angelini, autora do estudo. Acredito que não só diante dessa doença, mas também em relação a outras como diabete, hipertensão e obesidade (só para citar algumas), a educação do paciente é um fator primordial.

Logo quando li sobre essa pesquisa da FM/USP (saiba mais clicando aqui), veio à minha mente uma entrevista que fiz, em 2009, com a então coordenadora de educação em diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), Helen McGuire. Ela me disse que é mais fácil controlar a enfermidade quando os pacientes sabem mais sobre ela.

"Até 98% do controle e das decisões envolvidas com a diabete são feitas por quem a tem. A partir da hora em que o portadores acordam de manhã, eles fazem escolhas que exercem efeito no controle das taxas de glicose, lipídeos e pressão arterial", relatou Helen. Viram só como estar familiarizado com os sinais de um problema de saúde é fundamental para detê-lo? Por isso, no comecinho deste post, escrevi que se faz absolutamente necessário tornarmos informados sobre uma patologia com a qual temos que conviver.

Diante desse contexto, precisamos tomar cuidados com algumas considerações. Primeiro: não precisamos ficar hipocondríacos, com foco compulsivo diante do nosso próprio estado de saúde. Em segundo lugar, é necessário prestarmos atenção com a qualidade da informação que passa pela nossa vista - e que chega aos nossos ouvidos. Por fim, nada de fazer uso da automedicação com base no que lemos e no que escutamos.

A ajuda de um médico ou de outros profissionais de saúde sempre será imprescindível para um bom manejo de tratamento. Ou seja: tudo no meio-termo.