Pesquisa Avon/Ipsos alerta em relação a câncer de mama

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/09/2010 às 13:00

Pesquisas em vários países reforçam que o câncer de mama, quando diagnosticado em estágio inicial, tem 95% de chance de cura. Infelizmente, nem todas as mulheres sabem precocemente que possuem a doença. Pelo menos no Brasil, onde os estudos mostram que 60% dos casos têm diagnóstico tardio e 11 mil mulheres morrem anualmente por causa dessa neoplasia. Para mudar esse panorama, é preciso incentivar as mulheres a adotarem práticas que levem à detecção precoce, capaz de evitar o progresso da doença.

Interessado em compreender melhor o que pensa a mulher brasileira sobre prevenção desse tumor, o Instituto Avon e a Ipsos Public Affairs divulgaram ontem (29/9) os resultados de um estudo quantitativo denominado Pesquisa Instituto Avon/Ipsos: Percepções sobre o câncer de mama - mitos e verdades em relação à doença. O levantamento foi realizado de 30 de julho a 11 de agosto deste ano, em 70 cidades, e ouviu mil mulheres a partir de 16 anos de idade, em entrevistas domiciliares.

Entre os achados do trabalho, uma taxa chama a atenção: 55% das brasileiras acham que podem desenvolver câncer de mama. A mastologista Rita Dardes, diretora-médica do Instituto Avon, considera o percentual baixo quando confrontado ao fato de que todo o universo feminino está sujeito à doença.

"Basta ser mulher para ter a possibilidade de ter câncer de mama", explica. Ela ainda chama atenção para o fato de que, quando acha que não corre o risco de desenvolver esse tipo de tumor, a mulher pode relaxar diante dos cuidados necessários para a detecção precoce da enfermidade. Entre as ações preventivas, estão a ida regular ao ginecologista, a realização sistemática de mamografia quando a idade exige e o exame clínico das mamas.

Outro ponto alto da pesquisa foi a constatação de que só 23% das entrevistadas se consideram bastante informadas sobre esse câncer. Esse é um percentual baixíssimo. Dessa maneira, para propagar conhecimento relacionado ao assunto, o Instituto Avon determinou que é fundamental desfazer alguns mitos com base nos resultados do estudo. Segundo o presidente da Avon Brasil, Luis Felipe Miranda, o trabalho de informar mais e mais mulheres pode ajudar a evitar 11 mil mortes anuais, o que traz bem-estar às famílias.

Confira as observações feitas sobre cada percentual:

* 22% das entrevistadas acreditam que não desenvolverão câncer de mama por não possuir histórico da doença na família

Mito: Quem não tem histórico familiar de câncer mama na família está imune a esse tumior

Verdade: 90% dos casos de câncer de mama não têm componente hereditário ou familiar

* 75% das participantes vão ao ginecologista regularmente (ou seja, ao menos uma vez por ano). Entre as entrevistadas de 60 anos ou mais, o percentual cai para 56%

Mito: Depois que passam do período reprodutivo, as mulheres não precisam ir tanto ao ginecologista

Verdade: A incidência do câncer de mama aumenta a partir dos 40 anos, com pico entre os 50 e os 60 anos

* 80% das entrevistadas citaram o autoexame como forma de prevenção ao câncer de mama. E 71% mencionaram a mamografia. Não houve referência ao exame preventivo

Mito: O autoexame é suficiente para a detecção precoce do câncer de mama

Verdade: O exame preventivo associado à mamografia pode detectar tumores mais milimétricos do que o autoexame

EXPÔ

Além de divulgar o estudo ontem, o Instituto Avon inaugurou a mostra itinerante de fotografia em preto em branco De peito aberto, a autoestima da mulher com câncer de mama: uma experiência humanista. O projeto é do fotógrafo Hugo Lenzi e da jornalista Vera Golik. Dedicadas à celebração da vida e à ênfase da detecção precoce do tumor para aumentar as chances de cura, as ações marcam o início das mobilizações Avon contra o câncer de mama em outubro, considerado o mês mundial de conscientização sobre a doença.

As 49 fotografias de Hugo Lenzi, que estão no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, em São Paulo), revelam como o "cuidar humanizado" é capaz de mudar as perspectivas de um processo tão desafiador como o tratamento da patologia.

Os ensaios revelam momentos de angústias e emoções afloradas em todo o processo da doença, que vai do choque diante da descoberta do diagnóstico, passa por dúvidas e pelo medo de perda dos símbolos femininos (mama, cabelo, libido e fertilidade). O desfecho pode ser feliz quando brotam o sentimento de vitória diante da superação da enfermidade e a recuperação da autoestima.

Serviço:

Exposição fotográfica: De peito aberto, a autoestima da mulher com câncer de mama: uma experiência humanista.

Período: Até 8 de outubro de 2010

Local: Conjunto Nacional - Avenida Paulista, 2073 - Bela Vista - São Paulo (Metrô Consolação).

Dias e horários: Segunda à sexta, das 7h às 22h / Sábados e domingos, das 10h às 22h

Entrada franca