Adolecentes da capital paulista estão acima do peso

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/08/2010 às 22:47

Recentemente, a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), mostrou que quase 50% dos brasileiros estão acima do peso. Agora, é a vez da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apresentar os percentuais de sobrepeso entre os adolescentes brasileiros. Um levantamento divulgado hoje pela universidade mostrou que a população dessa faixa etária está além dos padrões internacionais de peso saudável.

O estudo, que foi realizado com mais de 8 mil adolescentes de 10 a 15 anos (alunos de 43 escolas públicas e privadas de cinco regiões da cidade de São Paulo), identificou que os meninos estão mais obesos que as meninas. A pesquisa apontou que, no total, 25,56% desses jovens estão com sobrepeso ou obesidade, sendo que a prevalência deste quadro em escolas públicas é de 23,13% e nas escolas particulares é de 33,2%.

“A vida moderna e o sedentarismo criaram hábitos alimentares que causam esses resultados. Hoje, o aluno vai à escola com dinheiro, e as lanchonetes disponibilizam uma quantidade enorme de frituras, refrigerantes e outros alimentos calóricos. O adolescente está sempre com um refrigerante ou um salgadinho na mão”, avalia a pesquisadora Maria Aparecida Zanetti Passos, do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Unifesp. Ela ainda completa: “Mesmo em casa, a falta de tempo e a praticidade dos congelados, além de consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares e gorduras, favorecem que a alimentação das famílias seja desequilibrada”.

Segundo o levantamento, a obesidade atinge também 8,12% das meninas avaliadas que, somadas às 15,57% com sobrepeso, representam 23,69% da população feminina da pesquisa. E nas escolas particulares, 20% delas têm sobrepeso e 8% são obesas. Nas escolas públicas, 15% estão com sobrepeso e 8% têm obesidade.

Vale destacar que o estudo não para por aí. Outra etapa do trabalho será iniciada ainda neste mês, quando o subgrupo dos mesmos adolescentes que apresentaram sobrepeso e obesidade voltará a ser analisado. O acompanhamento incluirá um estudo longitudinal dessa população e contará com levantamento de histórico familiar de saúde, do período de amamentação e alimentação na primeira infância. Os adolescentes também serão submetidos a exames como colesterol, triglicérides, insulina, glicose e pressão arterial. O objetivo é apontar a evolução dos quadros destes adolescentes. * Com material da CDN - Comunicação Corporativa, assessoria da Unifesp