Drogas e disfunção erétil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/07/2010 às 20:53

Em junho deste ano, um estudo da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que traçou o comportamento sexual dos usuários e poliusuários de drogas, mostrou que 47% dos 215 homens em tratamento de dependência química por álcool e outras drogas apresentam alguma disfunção sexual. O percentual é bem maior do que o encontrado pelo Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB), realizado em 2004, com 7.103 brasileiros, que mostrou uma prevalência do problema entre o gênero masculino em torno de 18%.

De acordo com a psiquiatra Alessandra Diehl, coordenadora da Enfermaria de Dependência Química da Uniad/Unifesp e autora da pesquisa, o número é representativo e pode ser confrontado com a população geral. Entre os principais problemas relatados pelos entrevistados, estão a ejaculação precoce (39%), o desejo sexual diminuído (19%), a dificuldade de ereção (12%), o retardo na ejaculação (8%) e dor durante a relação (4%).

Segundo a médica, o tabagismo, o alcoolismo e a dependência de drogas como maconha, cocaína e crack, são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de problemas sexuais, principalmente disfunção erétil nos homens. "O álcool e a nicotina, por exemplo, promovem alterações na arquitetura vascular de forma generalizada, atingindo órgãos vitais para o bom desempenho sexual", explica Alessandra.